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Zilor lucra com biotecnologia e anidro

Dona de três usinas de cana-de-açúcar e de um negócio de biotecnologia, a Zilor, associada da Copersucar, saiu de um período no vermelho na safra 2014/15 para um resultado líquido positivo na temporada passada. A companhia registrou lucro líquido de R$ 33,433 milhões na safra 2015/16, encerrada em 31 de março, após um prejuízo de R$ 58,243 milhões no ciclo anterior.

A melhora do resultado da Zilor refletiu o bom momento no mercado interno de etanol anidro – que é misturado à gasolina -, além do desempenho de sua operação de biotecnologia, a Biorigin.

A performance operacional foi o maior destaque do período, afirmou José Carlos Morelli, diretor administrativo e de relações com acionistas da companhia, ao Valor. O lucro operacional foi de R$ 243 milhões, um avanço de 86% em relação à safra anterior – superior ao crescimento da receita, que subiu 19%, para R$ 1,818 bilhão.

Desse faturamento, quase 20% resultaram das vendas da Biorigin, que fornece ingredientes para alimentação humana, nutrição animal, mercado de vinhos e para a fermentação industrial. A divisão, que tem atividades industriais nas cidades paulistas de Quatá, Lençóis Paulistas, Macatuba e também em Louisville (EUA), gerou receita líquida de R$ 349 milhões na safra 2015/16, 35% a mais do que no ciclo anterior.

Como 90% da produção desse segmento é exportada, o crescimento da receita derivou sobretudo da apreciação do dólar. Mas, segundo Moisés Barbosa, gerente contábil da Zilor, também houve ganhos operacionais, que devem crescer ainda mais nesta safra com a expansão do parque fabril. “Uma parte ficou pronta no fim da safra passada e já conseguimos produzir uma quantidade maior”, disse Barbosa. A conclusão da expansão, que elevará a capacidade de produção de Quatá em 60%, deve terminar no ciclo atual.

A Zilor também decidiu priorizar a produção de etanol anidro, cuja remuneração no ano passado foi favorecida pelo retorno da cobrança da Cide sobre a gasolina. A empresa não divulga os volumes produzidos, mas informou que o anidro representou 73% da produção total de etanol na safra e cresceu 54% ante a safra passada, gerando uma receita 53% maior com o biocombustível.

Como outras empresas do setor, a maior parte do caldo da cana-de-açúcar processada na safra passada foi destinada para a produção de etanol, em detrimento do açúcar. No caso da Zilor, 62% foram destinados à produção de etanol anidro e hidratado (que compete com a gasolina).

Outra contribuição destacada pela companhia para seu resultado operacional foi a valorização de seus ativos biológicos no encerramento da safra, que refletiu a perspectiva de elevação dos preços de açúcar. Segundo Morelli, a valorização do produto e a remuneração da gasolina, usados para o cálculo do potencial de produção do canavial, permitiram que o resultado fosse maior que na safra anterior.

Em compensação, o aporte desembolsado para ampliar a fábrica da Biorigin gerou um passivo maior. Foram gastos R$ 203 milhões, sendo que R$ 160 milhões foi resultante de empréstimos. No total, os financiamentos contratados pela Zilor ao longo da safra cresceram quase 70%, para R$ 481 milhões, colaborando em parte para que a dívida líquida da companhia subisse 7%, para R$ 1,5 bilhão.

A elevação do endividamento, porém, deve ser revertida nesta safra, segundo Barbosa. A Zilor está negociando a contratação de um novo financiamento com prazos mais longos e com “taxa mais atraentes” para quitar dívidas que vencem no curto prazo.

Além disso, a empresa também espera um incremento na geração de caixa neste ciclo com a alta das cotações do açúcar, a expansão da capacidade produtiva da companhia e a expectativa de aumento da moagem de cana-de-açúcar, superando as 10,814 milhões de toneladas moídas na safra passada.

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