Mercado

Venda de máquinas dispara no interior de SP

Os bons preços do setor de açúcar e álcool reforçam as vendas de máquinas agrícolas no interior de São Paulo e de Minas. Dono de seis grandes revendedoras de máquinas agrícolas nas regiões noroeste e oeste de São Paulo e no Triângulo Mineiro, Osmair Donizette Guareschi diz que as vendas de máquinas em 2010 estão 25% acima de 2008 e 70% acima de 2009.

“Em 2008, vendemos 800 máquinas (colheitadeiras e tratores); em 2009, em torno de 600; e agora, em 2010, vamos ultrapassar a marca de mil máquinas.” Segundo Guareschi, a maior parte das vendas (70%) foi para o setor sucroalcooleiro, especialmente para as usinas, mas pequenos e médios agricultores (30%) também compraram equipamentos.

“Vivemos um aquecimento nunca registrado antes. Esse aquecimento se deve às altas das commodities”, diz, dando como exemplo a venda de R$ 2,5 milhões em tratores nos três dias da exposição de animais de São José do Rio Preto. “Outro fator é o preço da cana pago ao agricultor, que já é bom, e ainda vai melhorar.” O empresário acredita que a política de créditos do governo também ajudou.

Movimento. O setor sucroalcooleiro também é responsável, junto com os preços da arroba do boi, pela retomada da pecuária de corte no interior de São Paulo. Nos últimos anos, um movimento marcou as atividades dos produtores rurais: sem capital para produzir bois a custos inferiores aos de venda, pecuaristas se desfizeram dos plantéis, venderam matrizes e usaram as terras para plantar cana. Os lucros dos canaviais, no entanto, foram investidos na retomada de suas criações. E hoje, com os preços da arroba batendo recordes, criadores já usam os recursos para ampliar o patrimônio.

É o caso do agropecuarista Luiz Porto Xavier, dono de uma corretora de seguros em São Paulo e de duas fazendas – uma de 480 hectares em Guzolândia e outra de 1,6 mil hectares em Pontalinda – na região de Araçatuba (SP). As duas propriedades eram usadas para criação de gado. Mas, com a crise da pecuária, a maior propriedade passou a ser reservada à cana, ficando apenas a menor para gado de cria e produção.

“Sempre usei os recursos da corretora, que tenho há 50 anos, para bancar as atividades nas fazendas. Mas, com o sucesso do agronegócio e a alta das commodities, consegui economizar recursos para investir na compra de outra propriedade”, diz Xavier. A nova fazenda fica em Mato Grosso e tem 4,5 mil hectares.

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