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Union SDA negocia a francesa Béghin-Say e briga pela liderança mundial

Foi dada a largada. A disputa pela liderança da maior companhia mundial de açúcar está cada vez mais acirrada. A Union SDA ganhou exclusividade para adquirir a francesa Béghin-Say, terceira maior empresa de açúcar do mundo, controlada pela italiana Edison SpA. Podemos concluir a aquisição da Béghin-Say até o final de julho, diz Philippe Duval, presidente da

Union SDA. A operação envolve 500 milhões de euros. Inicialmente, a empresa disputava a compra com a alemã Sudzucker, atual companhia líder mundial em açúcar, que saiu do páreo.

Temos exclusividade no negócio. Assinamos acordo de confidencialidade e estamos em fase de análise dos dados contábeis da empresa, diz Duval.

Em visita ao Brasil, Duval e os cooperados da Union SDA estiveram nas instalações das três usinas que possuem em parceria com a Cosan e Sucden: a Univalem, Gasa e Ipaussu. As três empresas fizeram uma joint venture para a criação da Franco-Brasileira de Açúcar e Álcool S/A. Pela associação, a Cosan fica com 47,5% de participação, a mesma da Union SDA, e a Sucden detém 5%.

Criada em 1869, a Union SDA constituiu-se em forma de cooperativas em 1928. Atualmente, tem 4.800 cooperados, entre produtores de beterraba e cereais nas regiões de Picardie ao norte de Paris e Beuace ao sul da capital francesa. A cooperativa opera quatro usinas-destilarias, localizadas em Origny Sainte Benoite, Vic sur Aisne, Bucy lê Long e Artenay.

Com faturamento de 875 milhões de euros em 2001, a Union SDA vai disputar a liderança de maior companhia produtora de açúcar do mundo com a alemã Sudzucker, com produção estimada em 5,1 milhões de toneladas de açúcar.

Na safra 2001/02, a safra da Union SDA foi de 980 mil toneladas de açúcar. Nas unidades francesas, a produção totalizou 450 mil toneladas. Na Ilha de Réunion, outras 100 mil toneladas. Nas Repúblicas Tcheca, presente desde 1992, e Eslováquia, desde 1998, foram 235 mil toneladas. No Brasil, presente desde 2001, foram 220 mil toneladas produzidas. Em álcool (convencional e carburante), foram 300 milhões de litros, dos quais 150 milhões são da França, 140 milhões do Brasil e 10 milhões de litros da República Tcheca. Além da produção de 320 mil toneladas de xarope de glicose.

Agora o cenário é outro. Se fechada a compra da Béghin-Say, a participação da empresa passa a ser de 40% em açúcar na França, com uma produção total de 1,4 milhão de toneladas, um terço da produção daquele país. No mundo, somará 2,7 milhões de toneladas.

No Brasil, a Union SDA vai ter posição estratégica. Terá participação maior no mercado de álcool. Temos interesse em expandir nesse mercado, afirma Duval. O Brasil é muito competitivo, tem os mais baixos custos de produção e tem participação cada vez mais crescente no mercado mundial.

Após concretizar a compra da Béghin-Say, prevista para o final de julho, Duval vai oferecer à FBA 49% de participação na Açucareira Guarani. Para o executivo, a parceria entre Union e Cosan é uma espécie de complementariedade. Uma mão lava a outra, diz.

De fato, a Union SDA aumenta sua participação em um país com os mais baixos custos de produção, que detém a tecnologia do álcool combustível e é o maior exportador mundial. Por outro lado, a Cosan ganha em ter participação em uma das maiores multinacionais do mundo. Há gostinho de quero mais dos dois lados. A Cosan ainda não aplacou a fome de aquisição, já que Rubens Ometto Silveira Mello, presidente do grupo, não descarta a compra de mais duas usinas ainda este ano. “O setor no Brasil tem de se concentrar mesmo, ser menos pulverizado”, assume. Duval pretende consolidar a nova aquisição para ganhar mais fôlego e disputar o primeiro lugar no mundo. E o mercado náo pára.

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