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Unica confirma expansão recorde na oferta de etanol para o mercado doméstico

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A produção das usinas da região Centro-Sul do País confirmou a expectativa de uma expansão recorde na oferta de etanol para o mercado doméstico durante a safra 2013/14. Essa oferta ampliada foi o suficiente para cobrir todo o aumento na demanda brasileira por combustíveis para veículos leves, mas dificilmente se repetirá para atender plenamente a novos aumentos de demanda no futuro. Dados apurados até o início do mês revelam um crescimento de moagem na atual safra próximo dos 60 milhões de toneladas de cana-de-açúcar, volume direcionado quase exclusivamente à expansão na produção de etanol. Do início da safra até 01 de dezembro, a produção de etanol cresceu 18,97% enquanto a de açúcar aumentou apenas 0,66%.

De acordo com a Elizabeth Farina, presidente da Unica – União da Indústria de Cana-de-Açúcar, o aumento da produção registrado na atual safra, em um período de falta de rentabilidade para os produtores, lado a lado com uma melhora no desempenho do setor em termos de volume e produtividade. O que parece um contrassenso é na verdade, reflexo do esforço realizado para reduzir a capacidade ociosa nas usinas instaladas. “A busca pela redução de custos e pela otimização das unidades em operação foi responsável por esse crescimento significativo da produção,” afirma.

Segundo Farina, diversos fatores explicam o crescimento na produção de etanol: “O aumento de demanda proporcionado pela volta da mistura de 25% de etanol anidro na gasolina, a condição superavitária do mercado mundial de açúcar e o potencial de demanda por etanol hidratado em função da enorme frota de veículos flex no País, principalmente nos estados que dão um tratamento diferenciado ao hidratado na aplicação do ICMS” explica.

A presidente da Unica sublinha que o crescimento da produção registrado na atual safra é algo que não deverá se repetir nos próximos anos. “No contexto atual, não há rentabilidade que justifique a construção de novas unidades. Mesmo que decisões de construir novas usinas fossem tomadas imediatamente, seriam necessários pelo menos três anos para o início de operação do projeto e outros três para que ele operasse a plena capacidade,” disse.

O diretor Técnico da Unica, Antonio de Padua Rodrigues, destaca que o crescimento recorde da oferta de etanol trouxe enormes benefícios para o mercado brasileiro de combustíveis leves: “Além de atender toda a demanda adicional por combustíveis leves, o restabelecimento da mistura de etanol anidro em 25% a partir de maio deste ano reduziu a demanda por gasolina pura e permitiu que a Petrobrás elevasse sua capacidade de refino em cerca de 10%, reduzindo de forma significativa a necessidade de importação de gasolina.”

Rodrigues conclui que se a produção de etanol não tivesse aumentado este ano, a importação de gasolina teria crescido em mais de 70%. “Certamente teríamos maior complexidade para manter a logística de distribuição de combustíveis, além de perdas para a balança comercial e maior ônus para a Petrobras,” acrescentou. Ele acrescentou que na safra 2012/2013, a importação de gasolina atingiu 4,2 bilhões de litros, gerando um déficit de US$ 3,24 bilhões na balança comercial do País.

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