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UFSCar e a Algae Biotecnologia/Biolatina pesquisam biocombustíveis

A Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e a Algae Biotecnologia / Biolatina assinaram na manhã desta terça-feira (15), no campus da UFSCar em São Carlos, o contrato de cooperação tecnológica para o desenvolvimento de pesquisa com foco na geração de biocombustíveis e bioenergia a partir de microalgas, com a utilização de subprodutos da indústria sucroenergética.

O documento formaliza a contratação efetiva do financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES), no valor de R$ 3,24 milhões em 30 meses, por intermédio da linha Funtec-Inovação Tecnológica para a pesquisa conjunta da UFSCar e a Algae Biotecnologia/Biolatina. A empresa aplicará R$ 360 mil, totalizando um investimento de R$ 3,6 milhões no projeto. É a primeira pesquisa da universidade financiada pelo banco de fomen to. A FAI-UFSCar é responsável pelo gerenciamento do projeto.

O projeto produzirá resultados concretos na área de geração de energia limpa e renovável a partir de fontes de biomassa, assim como contribuirá para o aumento da sustentabilidade do setor sucroetanol ao enfrentar a questão da despoluição da vinhaça. A pesquisa também posicionará o Brasil como um dos grandes players mundiais da nascente indústria de microalgas.

Na prática, será montado um novo laboratório de microalgas no campus da UFSCar em Araras (SP), onde está localizado o Centro de Ciências Agrárias da Universidade, e também pilotos de biodigestão, cultivo de microalgas e pós-processamento (secagem de biomassa e extração de óleo). A previsão é de que a equipe conte com dez novos pesquisadores entre técnicos com doutorado, mestrado, estagiários e equipe de suporte.

O projeto é coordenado por Reinaldo Gaspar Bastos, docente do Departamento de Tecnologia Agro-Industrial e Sócio-Economia Rural do cam pus Araras da UFSCar. Para ele, o objetivo do trabalho é “desenvolver processos de aproveitamento da vinhaça gerada nas usinas de açúcar e álcool, reduzindo o seu impacto poluidor com consequente produção de biomassa de microalgas com possível valor comercial, dependendo da sua composição em proteínas ou lipídios”, destaca.

“Este é um exemplo de projeto integrado entre empresa-universidade, uma real parceria público-privada que rompe os paradigmas existentes de pesquisa tecnológica onde a academia desenvolve ciência para o setor privado transformar posteriormente em tecnologia. Neste caso, os dois parceiros trabalharão juntos desde o início, já com foco definido e visando a maximização de retorno dos investimentos”, diz Ernesto Moeri, presidente do Grupo Ecogeo, holding da qual a Algae Biotecnologia faz parte.

“A expectativa é que todo o desenvolvimento tecnológico relativo à produção de biocombustíveis e bioenergia a partir de microalgas com a utilização de sub-pro dutos da indústria sucroenergética para cultivo seja desenvolvido nestes 30 meses e se torne disponível para escalonamento futuro e exploração comercial”, adianta Sérgio Goldemberg, gerente técnico da Algae Biotecnologia/Biolatina.

Desde 2008, o campus Araras da UFSCar apresenta diversas pesquisas nesta área, além dos anos de experiência em tratamento de efluentes agroindustriais, assim como vínculo com outros grupos de pesquisa. O projeto, batizado oficialmente de “Produção de Biodiesel, sequestro de CO2 e Despoluição Ambiental na Indústria sucroalcooleira do Cultivo de Microalgas”, teve início neste mês e seu término está previsto para o final de 2013. O projeto conta também com um grupo de pesquisa de cianobactérias e microalgas da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), no Rio Grande do Sul, coordenado pelo professor Eduardo Jacob Lopes.

A primeira etapa do projeto consiste na seleção de cepas de microalgas que sejam passíveis de cultivo em vinhaça para analisar a produção e a separação da biomassa em escala piloto. Além disso, a equipe da UFSM estudará em escala laboratorial a influência de parâmetro de processos na composição da biomassa de microalgas em termos de proteínas e lipídios, para que estas condições sejam testadas na UFSCar usando a vinhaça em escala piloto.

o vice-reitor da UFSCar, Pedro Manoel Galetti Junior; Paulo Ignácio Fonseca de Almeida, diretor da FAI-UFSCar; além de Goldemberg, da Algae, e os pesquisadores Bastos e Lopes.

As informações são da assessoria de imprensa da Fundação de Apoio Insititucional ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico da Universidade Federal de São Carlos.

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