Mercado

Subsídio a açúcar pode ter corte de 39%

Os subsídios pagos pela União Européia a seus produtores de açúcar podem sofrer um corte de 39% nos próximos três anos se a proposta de reforma no sistema de financiamento agrícola apresentada pela Comissão Européia nesta quarta-feira for aprovada. A mudança – que deve enfrentar grande resistência dos produtores e de alguns governos – pode resultar em uma redução na produção de açúcar e no aumento do preço do produto no continente.

Os principais países prejudicados com a alteração devem ser Itália, Irlanda, Grécia e Portugal, nos quais pode até mesmo haver a extinção da produção de açúcar. Dinamarca, Finlândia e Espanha também sofrerão impacto, embora menor. Caso mostrem-se incapazes de se manter financeiramente com as novas regras, agricultores e empresas de refino de açúcar destes e de outros países europeus poderão receber indenizações para abandonar a produção.

Processo – A briga contra subsídios dados pela União Européia ao açúcar começou em 2002. O Brasil – apoiado por Tailândia e Austrália – questionava o fato de o grupo ajudar os produtores além do que estava autorizado, distorcendo o mercado internacional e prejudicando o país 500 milhões de dólares ao ano. Para o Itamaraty, os subsídios da Europa se tornaram subsídios à exportação diante do volume exagerado de apoio.

O Brasil ainda acusava os europeus de re-exportarem o açúcar que compram dos países mais pobres. A União Européia dava vantagens para países africanos, caribenhos e do Pacífico para que expostassem açúcar sem pagar taxas de importação ao mercado europeu. O grupo foi condenado definitivamente em 28 de abril de 2005, e tem até quinze meses para implementar mudanças em suas práticas.

Banner Revistas Mobile