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Santa Maria aumenta plantio de cana

Empresa do Grupo J.Pilon diversifica atividade e investe na indústria petroquímica e de plástico. A Usina Santa Maria, localizada no município de Cerquilho (SP), a 120 quilômetros da capital, faz 50 anos com a ampliação de suas atividades. A empresa pertence ao grupo J. Pilon S.A. Açúcar e Álcool, que fatura R$ 550 milhões, e vem investindo nos últimos anos no aumento da produção de matéria-prima. Atualmente, 60% da cana-de-açúcar que é esmagada pela usina é de plantio próprio. O grupo, pertencente à família Pilon, investiu nos últimos anos nos segmentos petroquímico e de plásticos

“Nestes 50 anos da empresa, o importante foi a união de nossa família”, diz José Pilon presidente do grupo e um dos principais responsáveis pelo desempenho da usina. Segundo ele, nove primos são os responsáveis pelas empresas do grupo, que envolvem além de açúcar e de álcool, a produção de embutidos suínos e bovinos (basicamente salsicha), plantio de soja e milho, pecuária bovina, e a produção de plásticos e setor petroquímico. “O sucesso só foi conseguido por meio de muito trabalho”, informa o empresário.

Matéria-prima

Hoje a usina mói por safra algo em torno de 1 milhão de toneladas cana-de-açúcar, dos quais, cerca de 55% a 60% são constituídas de matéria-prima própria do grupo e os cerca de 40% restantes vêm de fornecedores da região. A produção oscila em torno de 1 milhão de sacas (50 quilos) de açúcar e a produção de cerca de 55 milhões de litros de álcool (anidro e hidratado), segundo José Pilon.

O aumento da produção de álcool, segundo esclarece o empresário, dependerá da demanda internacional, na medida em que muitos países estão aderindo a progra-mas de redução de poluentes com a adição de álcool na gasolina. Os Estados Unidos, informa, já produzem mais de 8 bilhões de litros de álcool por ano, mas dependendo dos programas de combustíveis menos poluentes a demanda naquele país poderá aumentar muito, prevê Pilon.

Além do açúcar e do álcool, o grupo passou a diversificar suas atividades, também no setor agropecuário. Em primeiro lugar, o Frigorífico Gaiotto-Pilon, que produz embutidos de bovinos e de suínos. “Ainda é um negócio pequeno.”

Além disso, a família planta soja e milho em São Gabriel do Oeste, no Mato Grosso do Sul. Na região, também há criação de gado.

Mas não é apenas no agronegócio que os Pilon desenvolvem atividades. Segundo o empresário, os negócios com plástico e petroquímico já representam juntos 83% do faturamento total do grupo, ou cerca de R$ 460 milhões.

A Cipatex, com seis indústrias, quatro em Cerquilho e duas na Paraíba, e a Petrom, com duas indústrias em Mogi das Cruzes (SP), são as empresas que hoje representam os principais negócios da família, ambas fora do setor agropecuário.

De acordo com José Pilon, a Cipatex que trabalha com resinas, é a principal fornecedora de material plástico para a Grendene, empresa que produz tênis e chinelos. Já a Petrom fornece matérias primas para indústrias químicas.

O motivo da diversificação, segundo José Pilon, foi a falta de possibilidade de aumento da produção de cana-de-açúcar na região de Cerquilho, pela própria limitação geográfica. “Não tínhamos como expandir os plantios”, diz.

História da empresa

Os primeiros negócios dos Pilon, família italiana que chegou no início do século passado, em Cerquilho foi com um alambique de aguardente em 1939, informa o presidente. Os negócios com pinga prosperavam, durante os anos 40, e aos poucos surgiam idéias de expandir para produtos com maior valor agregado. A família decidiu entrar no negócio de açúcar e, em 1953, foi fundada a Usina Santa Maria. Pilon informa a ajuda dos fornecedores de equipamentos, amigos tradicionais da região, que financiaram o material para a produção de açúcar com prazo dilatado, foi fundamental. “A oferta foi essa: comprem os equipamentos e paguem quando puderem”, diz.

No início, a produção era clandestina porque a usina não tinha autorização do Instituto do Açúcar e do Álcool (IAA), autarquia responsável pela produção e exportação sucroalcooleira – para a produção. Dois anos depois, a empresa adquiriu autorização para a venda. A produção de álcool começou na década de 70, mais precisamente em 1975, época do início do Proálcool, informa ele.

Além de empresário, Pilon tem forte atuação política. Já foi secretário de agricultura de São Paulo, no governo Fleury, em 1994 e presidente da Cia. de Entrepostos e Armazéns Gerais do Estado de São Paulo (Ceagesp) no governo Paulo Maluf, entre 1978 e 1982. Além disso, foi prefeito e presidente da Câmara de Cerquilho, além de presidente da Unica, entidade dos produtores.

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