Mercado

Reestruturação chega ao fim na Cerradinho

O grupo sucroalcooleiro Cerradinho concluiu a reestruturação societária de suas empresas e agora buscará um sócio para seus ativos de açúcar e etanol. Com a reestruturação, todos os ativos de açúcar, etanol e cogeração foram reunidos na nova empresa Cerradinho Açúcar, Etanol e Energia. Também foi criada uma holding, a Cerradinho, que irá controlar a Cerradinho Açúcar, Etanol e Energia e as outras empresas da família Fernandes nas áreas de logística, biodiesel, loteamento e gado.

A Cerradinho Açúcar, Etanol e Energia engloba as três usinas da empresa, duas no Estado de São Paulo – a Catanduva e a Potirendaba – e a Usina Porto das Águas, em Goiás, que entrou em operação em junho de 2009. Juntas, as três processaram 9 milhões de toneladas de cana-de-açúcar na safra 2009/10. A expectativa é de que o volume processado cresça para 10 milhões de toneladas na atual safra 2010/11.

“A reestruturação societária segregou as atividades que não eram do setor sucroalcooleiro em outras empresas porque estamos buscando um sócio apenas para nossos ativos deste setor”, afirmou a diretora administrativa e financeira da Cerradinho, Denise Araújo Francisco. Segundo ela, a Cerradinho quer um parceiro estratégico que aceite ser minoritário na Cerradinho Açúcar, Etanol e Energia ou que fique com 50% de participação na Usina Porto das Águas.

Patrimônio. A reestruturação foi necessária para que os ativos de açúcar, etanol e cogeração fossem concentrados em uma única empresa, preservando, desta forma, o restante do patrimônio da família Fernandes. Empresa familiar tradicional no setor sucroalcooleiro, a família Fernandes está se profissionalizando para atender às demandas do novo mercado depois que a crise financeira mundial pegou a Cerradinho de surpresa, fortemente alavancada em função de investimentos feitos na Usina de Porto das Águas.

A executiva afirma que, depois da reestruturação, a empresa está moldada e mais atraente para receber o parceiro estratégico. Segundo ela, a Cerradinho já recebeu várias propostas, inclusive de empresas que não possuem tradição no setor sucroalcooleiro. A expectativa é de que a escolha do parceiro seja efetivada ainda no segundo semestre de 2010. Concluída esta etapa, Denise afirma que a empresa partirá para a estruturação da abertura de capital da Cerradinho.

A dívida da empresa soma R$ 1,2 bilhão, dos quais a maior parte vence a partir da safra 2013/14. “Estamos com 93% de nossa dívida no longo prazo”, disse. Do total da dívida, R$ 450 milhões foram renegociados em uma operação que envolve carência de dois anos e quatro anos para amortização. A reestruturação foi feita pelos bancos Santander e Citi.

Segundo a executiva, a empresa está apostando na venda de energia elétrica de cogeração para incrementar seu fluxo de caixa. Denise informa que, para o ano de 2011, o grupo terá cogeração de 435 mil MWh. Desse total, 75% da energia já está vendida.

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