Mercado

Queda a partir de abril

O início da moagem de cana-de-açúcar no Estado deverá abrir a temporada de queda nos preços do álcool/etanol para o consumidor mato-grossense. Com apenas uma usina iniciando a moagem da safra 10/11 – a Libra, de São José do Rio Claro – os preços ainda se mantêm estabilizados após sofrerem um pequeno recuo na segunda quinzena deste mês – caíram de R$ 1,89 para R$ 1,78 na bomba. A expectativa do mercado é de que com a entrada em operação das demais plantas no mês de abril, os preços finais iniciem uma trajetória de queda mais acentuada.

Na primeira semana de abril pelo menos mais duas usinas deverão iniciar o esmagamento e, até o final do mês, praticamente todas estarão em operação, à exceção da destilaria Araguaia, de Confresa, que iniciará o processamento no mês de maio.

Este ano, as 10 usinas em operação no Estado deverão moer 14,10 milhões de toneladas de cana-de-açúcar, com previsão de produzir 818,95 milhões de litros de etanol. Destes, 254,20 milhões serão de álcool anidro (destinado à mistura da gasolina) e, 564,75 milhões, hidratado (combustível). (Veja quadro ao lado)

No ano passado, de acordo com estatísticas do Sindicato das Indústrias sucroalcooleiras de Mato Grosso (Sindálcool), foram moídas 14,04 milhões de toneladas de cana-de-açúcar e produzidas 825,91 milhões de litros de álcool. Este ano, portanto, haverá um incremento de 94 mil toneladas de cana moída e recuo de 6,96 milhões de litros de etanol.

Apesar dos preços atrativos do açúcar no mercado internacional este ano, os usineiros mato-grossenses deverão manter a preferência pelo álcool, à proporção de 65%, contra 35% do açúcar, devido à questão da logística. “Sem uma logística adequada não há como vendermos para outras regiões ou mesmo exportarmos o açúcar”, pondera o diretor executivo do Sindálcool, Jorge dos Santos.

Ele acredita que a partir do momento em que todas as usinas entraram em fase de operação plena de moagem, o preço do álcool para o consumidor cairá naturalmente.

USINAS – Em Mato Grosso, a produção será garantida pelas 10 plantas em atividade, que deverão realizar o corte e esmagamento até o próximo mês de novembro. As usinas em operação são a Alcopan (Poconé), Barrálcool (Barra do Bugres), Novo Milênio I (Lambari D’Oeste), Novo Milênio II (Mirassol D’Oeste), Coprodia (Campo Novo), Araguaia (Confresa), Itamarati (Nova Olímpia), Libra (São José do Rio Claro), Pantanal (Jaciara) e Usimat (Campos de Júlio).

De acordo com levantamento nacional da safra, divulgado pela Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), a indústria sucroalcooleira do Brasil vai esmagar neste ano uma quantidade recorde de cana-de-açúcar. A colheita total será de 630 milhões de toneladas, 10% a mais que no ano anterior. O crescimento é resultado da melhor distribuição de chuvas nas regiões produtoras e da ampliação da área plantada, que atingirá 7,74 milhões de hectares.

Em Mato Grosso, contudo, o excesso de chuvas acabou sendo prejudicial para as indústrias. “Com o regime de chuvas intermitente, as usinas não conseguem trabalhar 24 horas, têm dificuldades para colher e a cana perde em qualidade, pois absorve água e perde teor de açúcar”, explica Santos.

Segundo ele, os custos de produção também se mantiveram elevados durante esta safra, especialmente a partir de novembro de 2009, por força da intensidade das chuvas. A mão-de-obra contratada ficou parada, assim como a indústria, sem matéria-prima para esmagar. A colheita também sofreu atraso devido ao excesso de chuvas.

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