Mercado

Moema, de Maurílio Biagi, é disputada por cinco empresas

O grupo Moema, que tem entre seus principais acionistas individuais o empresário Maurílio Biagi Filho, um dos mais conhecidos usineiros do país, virou alvo da cobiça de grandes companhias do segmento ou que vêm investindo nele. As empresas Bunge, Cargill, Cosan, São Martinho e Açúcar Guarani são apontadas como potenciais compradoras de uma fatia significante ou mesmo do controle do grupo, conforme apurou o Valor.

Considerada uma companhia de médio para grande porte, a Moema tornou-se alvo desses grupos porque seus ativos são considerados atraentes e estratégicos para a expansão das companhias interessadas no Centro-Sul do país. O Itaú foi contratado pela Moema para coordenar o processo de negociações, segundo fontes da área. Procurado, o empresário Maurílio Biagi Filho, q ue preside o conselho de administração da empresa, não comentou o assunto. Apenas informou que o grupo Moema estuda “oportunidades no mercado”.

Maurílio Biagi Filho passou a se dedicar à Moema quando deixou a gestão da Santelisa Vale, de Sertãozinho (SP). A antiga Santa Elisa pertencia a seu pai e atualmente está sendo incorporada pelo grupo francês Louis Dreyfus. Fora da Santelisa, o empresário tornou-se um dos principais acionistas da Moema, com cerca de 35% de participação, conforme fontes do segmento. Biagi também preside a Maubisa, empresa que tem como foco investimentos e participações societárias em usinas sucroalcooleiras.

Entre os acionistas da Moema também estão ex-integrantes da usina Vale do Rosário, de Morro Agudo (SP). É o caso de integrantes da família Junqueira Franco. Na cisão dos sócios realizada em 2007, Cícero Junqueira Franco e seus filhos optaram pela sociedade com a Santelisa, da qual se to rnaram acionistas. Já Eduardo Junqueira Franco voltou-se para a Moema, com cerca de 35% de participação.

O Valor apurou que o grupo Moema busca há alguns meses um sócio estratégico para promover sua expansão. Cálculos baseados na capacidade total de moagem do grupo – 15 milhões de toneladas de cana por safra, dividida em cinco unidades -, é possível estimar que a Moema fatura perto R$ 1 bilhão por ano.

No mercado, a Cargill é considerada uma compradora de peso, uma vez que já tem sociedade com o grupo Moema na usina Itapagipe, em Minas Gerais. A múlti também tem projeto “greenfield” (construção a partir do zero) com a própria Moema, o Bom Jardim, mas este ainda está na gaveta por conta da crise do segmento. A Cargill, por meio de sua assessoria, informou que não “comenta rumores de mercado”.

A Cosan também andou analisando os ativos da Moema, mas ainda não houve avanços. As negociações, se forem levadas adiante, deverão ser fechadas por meio de troca de ações, m odelo que foi adotado pela maior companhia do mercado para a aquisição da Nova América. Procurada, a Cosan também informou que não comenta o assunto.

A Bunge, que está investindo fortemente no segmento sucroalcooleiro nos últimos anos, é outra que analisa os ativos da Moema, segundo apurou o Valor. Procurado, o diretor de comunicação, Adalgiso Telles, disse que o grupo tem interesse em crescer nesta frente e que analisa vários negócios, mas que neste momento está dedicado aos seus projetos “greenfield” e em recentes aquisições.

Procuradas, a São Martinho e a Guarani, esta controlada pelo Tereso, também informaram que não comentam o assunto.

De qualquer forma, quem conhece bem a área diz que não há negociações avançadas. Para as empresas que já analisaram os ativos, não está claro se a Moema vai se desfazer do controle ou vender apenas uma fatia. Mas a disputa está em andamento.

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