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Mix açucareiro deve crescer na safra 2024/25 estima StoneX do Brasil

Consultoria projeta temporada com 602,2 milhões de toneladas de cana processadas

(Foto Freepik)
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A StoneX do Brasil estima, para a temporada 2024/25, uma retração no TCH de 9,3%, em relação ao valor projetado para 2023/24, alcançando o patamar de 79,2 t/ha – 3,5% acima da média das últimas 5 safras, em função do baixo volume de chuvas registrados entre novembro/23 e os primeiros meses de 2024, fator que prejudica o ganho de produtividade das áreas em fase de desenvolvimento.

A área canavieira, por sua vez, deve observar recuperação em 2024/25, sendo a estimativa de que a extensão da área colhida de cana tenha crescimento anual de 0,7%, totalizando 7,61 milhões de hectares.

Diante deste cenário, a moagem no Centro-Sul estimada ficou em 602,2 milhões de toneladas, podendo representar queda anual de 8,7%, que, se concretizado seria uma safra com oferta abundando de biomassa.

“Em meio às expectativas climáticas mais próximas da normalidade, estima-se que o ATR médio das lavouras apresente uma recuperação frente ao estimado para a temporada 2023/24, na ordem de 1,9%, totalizando 141,9 kg/t”, informa a consultoria que divulgou relatório com sua 3ª estimativa para a safra que começa oficialmente no dia 1o de abril.

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Para o ciclo 2024/25, a safra apresenta uma tendência de crescimento no mix açucareiro, estimando-se que 52,0% do volume de biomassa processada deverá ser destinado à produção de açúcar, alta de 3,0 pontos percentuais do mix projetado para 2023/24. Com isso, a oferta de açúcar pelo Centro-Sul em 2024/25 deve totalizar 42,34 milhões de toneladas (-1,2%).

Dessa forma, a destilação de etanol de cana é estimada em 24,1 milhões de m³ (-12,3%). Especificamente, a produção de hidratado em 15,2 milhões de m³ – retração anual de 9,5% – enquanto 8,9 milhões de m³ de anidro devem ser ofertados pelas usinas do Centro-Sul (-16,8%).

Já a produção de etanol de milho pode apresentar crescimento anual de 29%, totalizando 8,0 milhões de m³ – levando a produção total do biocombustível na temporada para 32,1 milhões de m³, redução de 4,7% frente ao volume estimado pela StoneX na safra 2023/24.

Em 2024, a ampliação de destilarias do grão e possíveis aberturas de novas unidades podem adicionar ao mercado capacidade produtiva de até 2,0 milhões de m³ anuais, materializando as perspectivas otimistas para o setor no médio e no longo prazo.

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Se concretizada a estimativa, o etanol produzido a partir do milho terá uma participação de 24,9% no total, cerca de 6,5 pontos percentuais acima do projetado para a safra 2023/24.

Diante das projeções para o mercado de açúcar e das perspectivas para o mercado dos combustíveis, foi estimado um crescimento para o consumo de Ciclo Otto de 1,5%, renovando o recorde do setor e alcançando 44,5 milhões de m³ no Centro-Sul.

Além disso, seguindo a tendência de ganhos na competitividade do etanol em relação a gasolina, estimou-se um share do hidratado de 29% – 3,0 pontos percentuais maior que as estimativas para a safra 2023/24. Dessa forma, a demanda por hidratado ficou estimada em 18,4 milhões de m³, crescimento de 13,2% em relação à safra 2023/24.

Com relação à temporada 2023/24 do Centro-Sul, o TCH (parâmetro quantitativo) permanece projetado em 87,3 ton/ha, que se concretizado, apresentará uma alta de 19,0% no comparativo a 2022/23. Em relação a área a ser colhida, as estimativas da StoneX indicam para um crescimento de 0,90% em relação à safra anterior, devendo totalizar 7,55 milhões de hectares. Logo, nesse cenário, a moagem total do ciclo 2023/24 deve chegar a 659,3 milhões de toneladas.

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Devido ao comportamento da safra e ao grande volume de chuvas que incidiu na região durante o desenvolvimento das lavouras, estima-se uma redução no Açúcar Total Recuperável (ATR – parâmetro qualitativo) médio para 139,2 kg de açúcar por tonelada de cana colhida. Essa redução vem em linha com a melhora do TCH, uma vez que em condições climáticas favoráveis a cana tende a acumular menos sacarose em seus colmos.

Quanto ao açúcar, a produção projetada em 42,8 milhões de toneladas, crescimento de 27% em relação a 2022/23, a maior produção de açúcar das usinas na série histórica.

A oferta do biocombustível de cana, por sua vez, ficou projetada em 27,5 milhões de m³, alta anual de 12,2%. Especificamente, estima-se uma produção de 16,8 milhões de m³ de hidratado e 10,7 milhões de m³ de anidro – avanço anual na ordem de 20% e 1,8%, respectivamente.

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Para a produção do biocombustível derivado do milho ficou estimado um crescimento anual de 39,9% totalizando 6,2 milhões de m³ – detalhado em 3,8 milhões de m³ de hidratado (+44,3%) e 2,4 milhões de m³ de anidro (+33,2%). Até o momento, no acumulado de abril a fevereiro, o Centro-Sul já produziu 5,7 milhões de m³ – crescimento anual de 42,8%.

O crescimento estimado para o consumo de Otto ficou projetado em 5,0%, devendo totalizar 43,85 milhões de m³.

Dessa forma, considerando a dinâmica entre o etanol hidratado e a gasolina, o share de hidratado estimado na safra deve ficar em 26% – totalizando um consumo de 16,3 milhões de m³, 18,9% superior à safra anterior.

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