Mercado

Fungicidas e cana na mira de Bayer, Basf e Syngenta

Fungicidas e cana-de-açúcar. Esses são os principais segmentos na mira das pesquisas desenvolvidas pelas empresas de defensivos que investem, em média, 11% do seu faturamento global na atividade que tem por objetivo originar novos produtos. No ano passado, a Syngenta e a Bayer apuraram faturamento de, respectivamente, US$ 7,3 bilhões e 6,1 bilhões de euros. Levando-se em consideração essas cifras, estima-se que o investimento mundial das duas companhias em pesquisa alcançará, respectivamente, US$ 803 milhões e 679 milhões de euros em 2005. A Basf deve investir, este ano, cerca de 16 milhões de euros apenas em pesquisas na América do Sul. Para 2006, a empresa deve aumentar o orçamento para 20 milhões de euros.

Segundo o responsável por Pesquisa e Desenvolvimento da Basf na América do Sul, Edson Begliomini, durante muito tempo as empresas do setor investiram pesado em pesquisas de herbicidas. “Hoje, há um leque muito grande desses produtos. Por isso, o mercado passou a exigir lançamentos de inseticidas, e, principalmente, de fungicidas”. Begliomini estima que o tempo entre o início de uma pesquisa e o lançamento do produto no mercado seja de 12 a 15 anos. “Ocorre dilatação no prazo, principalmente em virtude das exigências toxicológicas de cada produto”.

O diretor de Pesquisa e Desenvolvimento de Produtos Syngenta do Brasil e América Latina, Fernando Gallina, faz coro em relação ao prazo para as pesquisas e também no tocante ao crescimento da demanda por fungicidas. “Para um produto chegar ao mercado, são analisadas de doze a treze mil moléculas potenciais. Somente duas ou três são transformadas em produtos finais.” Ele faz questão de frisar, no entanto, que a verba para pesquisa é distribuída de forma equilibrada entre as categorias atendidas pela empresa: tratamento de sementes, fungicidas, inseticidas e herbicidas. Ainda segundo Gallina, 60% da verba é destinada para grandes culturas (soja, cana, algodão, milho, café e trigo).

Outros 40% têm como destino as culturas restantes.

Cana-de-açúcar

Em relação ao mercado de cana-de-açúcar, o executivo da Basf, Begliomini, afirma que a empresa tem feito pesquisas para utilizar os produtos hoje destinados para a soja na cultura. “Atualmente, uma pesquisa completa exige até US$ 220 milhões. Estima-se que o mercado de defensivos para cana-de-açúcar gire em torno de US$ 300 milhões. Dessa maneira, ainda é pouco viável haver o lançamento de novos produtos para essa cultura.” A Bayer aposta na cana-de-açúcar, como um nicho promissor. “Ao investir em pesquisa, fazemos uma ampla análise de mercado. Atualmente, 50% da demanda por produtos vem da soja. Enxergamos na cana um grande potencial, uma vez que a área tende a crescer em virtude da demanda por álcool e açúcar”, explica o diretor de marketing, pesquisa e desenvolvimento da Bayer, Gerhard Bohne. Hoje, o Brasil é o segundo principal mercado da multinacional, atrás apenas dos Estados Unidos. Segundo o executivo, uma das formas que a empresa encontrou para ampliar o volume de investimentos em pesquisa foi por meio da fusão com a Aventis .

Além de realizarem as próprias pesquisas, essas empresas possuem parcerias com entidades e universidades. O principal objetivo é facilitar e ampliar o ingresso de novos produtos no País. “Para registrar um produto, no Brasil, é necessário possuir laudos oficiais emitidos por essas entidades”, explica Bohne.

No ano passado, o mercado de defensivos movimentou cerca de US$ 4,5 bilhões.

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