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Feriados afetam produção industrial de São Paulo, que caiu 1,4% em abril

O Indicador do Nível de Atividade (INA), índice que mede o ritmo de produção da indústria paulista, apresentou queda de 1,4% em abril na comparação com março, já considerado o ajuste sazonal. Sem esse ajuste, a queda se amplia para 4,8%. A desaceleração na produção foi uma conseqüência direta do menor número de dias úteis em abril (18) contra os 23 de março.

Essa foi a primeira queda no setor depois de cinco meses de crescimento, segundo a Federação e o Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp e Ciesp), responsáveis pela medição do indicador.

— Os fatores positivos como renda e crédito em alta, juros em queda, aumento dos gastos públicos e o bom momento da construção civil continuam presentes — destacou o diretor do Departamento de Economia da Fiesp, Paulo Francini.

Segundo ele, o pagamento do novo salário-mínimo e o maior número de dias úteis devem garantir a volta do crescimento industrial em maio.

Salários pagos pelo setor subiram 2,8% em abril

Na comparação com abril de 2005, porém, o indicador registrou crescimento de 4,8%. Nos primeiros quatro meses do ano, a produção da indústria paulista medida pelo INA acumula alta de 7,6%, se comparada com igual período do ano passado.

Além disso, o total dos salários pagos pelas indústrias subiu 2,8% em abril ante março e, na comparação com abril de 2005, a elevação superou os 14%. O nível de utilização da capacidade instalada teve leve recuo, passando de 81,8%, em março, contra 79,8% em abril. Mas ficou ligeiramente acima dos 79,7% de abril de 2005. As horas trabalhadas na produção encolheram 3%.

Com as vendas fortemente ligadas ao número de dias úteis de cada mês, o setor de veículos automotores amargou a maior retração no indicador de atividade industrial em abril, de 6,7%, puxada ainda pela defasagem cambial, que prejudicou as exportações.

O esgotamento da capacidade de contratação de crédito dos consumidores, segundo Antonio Correa de Lacerda, economista do Ciesp, também contribuiu para a perda de fôlego das montadoras.

As indústrias de artigos de borracha e plástico também experimentaram queda razoável no nível de atividade: 4,8% em abril contra março. Já as indústrias da área de coque, refino de petróleo, combustível nuclear e produção de álcool ostentaram forte expansão na produção. De abril para maio, a alta foi de 5,2%, sem ajuste, e de 3,7%, com ajuste.

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