Mercado

Energias renováveis

Investimentos de R$ 10 bilhões estão sendo programados para a geração de energias renováveis no Ceará e Rio Grande do Norte, nos próximos dois anos, aproveitando os excepcionais recursos naturais do Nordeste, especialmente sol e ventos. Esses fatores estão atraindo investidores europeus para esse segmento. As chances de empreendimentos no campo das fontes renováveis de energia têm a ver com os compromissos da União Européia em reduzir as emissões de gases de efeito estufa, em 20%, até 2020. Outro atrativo é o mercado de créditos de carbono, em franca expansão no plano internacional. Esses empreendimentos pioneiros poderão se beneficiar dos créditos de carbono.

O mercado energético internacional esbarra em dois graves obstáculos conjunturais: as tendências sempre oscilantes, para maior, dos preços do petróleo e o vasto leque de problemas do aquecimento global. Esses empecilhos levaram os europeus à descoberta das variadas oportunidades de investimentos nesta região.

Na área da energia eólica, o Programa de Incentivos a Fontes Alternativas, instituído em 2002, pelo governo federal, estima um potencial energético, de âmbito nacional, de 143 Megawatts (MW), dos quais 75 mil MW poderão ser obtidos no Nordeste. O sol o ano todo e os ventos constantes vinham sendo pouco explorados pela falta de capitais produtivos e de tecnologia transformadora dessas dádivas da natureza em fontes de riquezas.

Os europeus, de posse de capitais e tecnologia, encontraram o ambiente adequado para a produção e exploração desse mercado energético vasto e pioneiro. Estão mobilizados na empreitada grupos da França, como o Areva Bioenergia e Velcan Energia, a gigante Energias de Portugal (EDP) e o espanhol Fortuny.

Vem dos portugueses a mais recente decisão de investimentos, anunciada pela Energias do Brasil, uma holding da EDP, com a instituição de uma unidade de negócios para produzir uma energia renovável na América Latina. Seu campo incluirá pequenas centrais hidrelétricas (CPHs), usinas de biomassa e parques eólicos.

Também os franceses da Velcan, atuando no País desde janeiro, miram o potencial de geração de energia em pequenas usinas (CPHs), estimado em 10 gigawatts. O anúncio do investimento de R$ 800 milhões poderá resultar na produção de 200 MW até 2011. Sua meta maior, de 400 MW, se distribui em quatro usinas: uma em Santa Catarina e três em Minas Gerais.

O grupo francês Areva, voltado para energia nuclear, também aderiu à energia limpa. A estratégia de penetração no mercado brasileiro resultou na aquisição de 70% das ações de tradicional grupo distribuidor de energia, a partir de pequenas centrais hidrelétricas e de biomassa. Agora, priorizará a exploração do açúcar e álcool. O Ceará, com potencial já testado em energia eólica superior a duas Itaipus, ocupa posição de vanguarda na produção dessa nova fonte energética, sediando, também, outros projetos de fábricas de torres e de aerogeradores imprescindíveis à expansão dessa oportuna forma de negócios.

Banner Revistas Mobile