Indústria

EBIT na gestão de operações industriais

ELDORADO 25 SETEMBRO 2009 – Intercambio Brasil-Angola (Treinamento) Sessenta integrantes da Biocom, produtora angolana de acucar e alcool, passam por um programa de treinamento na Unidade Eldorado da ETH. Ate o final de 2009 receberao aulas teoricas e praticas nas areas agricola, industrial e administrativa somando 1200 horas de atividades.(Fotos: Sergio Alberti)
ELDORADO 25 SETEMBRO 2009 – Intercambio Brasil-Angola (Treinamento) Sessenta integrantes da Biocom, produtora angolana de acucar e alcool, passam por um programa de treinamento na Unidade Eldorado da ETH. Ate o final de 2009 receberao aulas teoricas e praticas nas areas agricola, industrial e administrativa somando 1200 horas de atividades.(Fotos: Sergio Alberti)

Por Gustavo Pontes, engenheiro industrial

Muitos profissionais acreditam que existem vários indicadores dentro da área industrial. Essa crença nos leva a cometer o maior erro das nossas carreiras e de gestão industrial:

MUITO TRABALHO vs POUCO RESULTADO.

A meta principal de qualquer empresa é obter Lucro. Esta é a razão de existir das empresas. O único indicador que importa é o EBIT(1). E todas as pessoas que trabalham em uma organização têm que saber qual o impacto do trabalho delas no EBIT.

Abaixo, segue o racional para mostrar como entender o impacto das nossas ações do dia-a-dia no resultado da empresa:

EBIT = RECEITA – CUSTOS
_____________________________________________________________________________
RECEITA = PREÇO DE VENDA x QTD PRODUTOS
QTD PRODUTOS ≡ OEE * Eficiência = DISPONIBILIDADE x VELOCIDADE x QUALIDADE X Eficiência
_____________________________________________________________________________
CUSTOS = CUSTOS FIXOS + CUSTOS VARIÁVEIS + DEPRECIAÇÃO
_____________________________________________________________________________

As fórmulas acima são a demonstração do impacto da operação industrial nos resultados financeiros de uma empresa. Baseado nelas, conseguimos entender como atuar para gerar resultado na empresa.

Agora vamos correlacionar estes indicadores com as ferramentas de gestão (formas de fazer), que se bem aplicadas, têm o potencial de melhorar substancialmente os resultados (EBIT):

• DISPONIBILIDADE(2) -> RCM (Reliability Centered Maintenance) + 5S/Práticas Operacionais + PDCA/6σ
Disponibilidade mede quanto tempo a planta fica em operação durante as 24h do dia. Ou seja, ele está ligado diretamente à quantidade de paradas de produção, tanto por falhas de manutenção quanto por problemas operacionais e de produção.

• VELOCIDADE(3) -> Teoria dos Gargalos + RCM (Reliability Centered Maintenance)
Este indicador mede, enquanto a planta está em operação, qual a taxa de produção comparado com a capacidade nominal da planta.

• QUALIDADE(4) -> 5S + SIPOC + GeRot (Gerenciamento da Rotina) + PDCA/6σ
Com esta medida de desempenho, queremos avaliar, qual a porcentagem de produtos é produzida dentro das especificações;

• Eficiência(5) -> 5S + SIPOC + GeRot (Gerenciamento da Rotina) + PDCA/6σ
Esta métrica visa mostrar o quanto a planta aproveitou das matérias-primas inseridas no processo. É a quantidade de produto produzido dividido pela quantidade de matéria-prima, sempre na mesma base estequiométrica;

• CUSTO FIXO (CF) -> OBZ (Orçamento Base Zero) + Controle + PDCA/6σ

• CUSTO VARIÁVEL (CV) -> Benchmarking + Controle + PDCA/6σ

• DEPRECIAÇÃO -> Stage Gates + Gestão de Projetos/Capex

Em plantas de capital intensivo, um dos maiores custos é o quanto foi gasto para construir a planta e mantê-la em condições operacionais ideais. Por isso, é tão importante otimizar ao máximo o uso dos ativos (já tratados nos itens anteriores relacionados ao OEE e Eficiência). Mas, além disso, temos que garantir que o projeto construído atenda as melhores práticas de confiabilidade e operação.

Para garantir que todos estes programas sejam implantados com sucesso e atinjam seus objetivos é preciso falar de GESTÃO DE PESSOAS. Somente um time qualificado, apaixonado pelo que faz e com suporte, consegue botar pra rodar com excelência uma planta industrial com todos estes programas. Esta é a grande diferença entre as empresas que apenas dizem que têm estes programas e as que realmente fazem dinheiro usando as melhores práticas.

Além de todas estas ferramentas de operações, temos que lembrar que nenhum resultado faz sentido se as pessoas envolvidas em produzir estes resultados não puderem voltar pras suas casas melhores do que vieram. Com isso, SEGURANÇA e MEIO AMBIENTE são peças fundamentais em todo este trabalho.

Acima, falamos dos diferentes programas/ferramentas com as soluções técnicas para melhorar os resultados das companhias. Porém, sabemos que todo processo de mudança da forma de trabalho, gera medo, expectativas e resistência. Por isso, também discutiremos como gerenciar a ansiedade e as pessoas durante este processo de implantação e garantir que a implantação terá sucesso, usando a metodologia “Accelerating Change Effectiveness” ACE ( Q x A = E2).

Nos próximos artigos iremos tratar todas estas ferramentas, como aplicá-las e suas inter-relações:

  • RCM
  • 5S/Práticas Operacionais
  • Teoria dos Gargalos
  • SIPOC
  • GeRot (Gerenciamento da Rotina)
  • PDCA/6σ
  • OBZ
  • Benchmarking
  • Stage Gates + Gestão de Projetos/Capex
  • Gestão de Pessoas
  • Segurança/Meio ambiente

EBIT = (1) -> Earnings Before Interest and Taxes = Lucro antes de juros e impostos;

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