Mercado

China adotará medidas para limitar importação de açúcar

A China tomará medidas para limitar as importações de açúcar a fim de proteger os produtores locais e sustentar os preços internos, disse no fim de semana Zhang Jinguang, um dos diretores do departamento econômico e de comércio da Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma (NDRC, na sigla em inglês), de acordo com uma transcrição do discurso publicada no site da associação do açúcar de Guanxi.

O açúcar mais barato vindo do exterior que entrou na China através de ambos os canais legais e de contrabando, tem exercido uma pressão baixista significativa sobre os preços domésticos da commodity, apesar de armazenamento em massa promovido pelo governo. Produção local abundante e demanda fraca também pesam sobre os preços.

A China, segundo maior consumidor mundial de açúcar, gerencia suas importações do produto por meio da emissão de uma determinada quantidade de cotas de importação, cumprindo compromissos com a Organização Mundial do Comércio. O país fixou as cotas de importação de açúcar deste ano em 1,945 milhão de toneladas, volume inalterado desde 2004, de acordo com o ministério do Comércio. Importadores que têm cotas desfrutam de uma tarifa baixa, de 15%, mas podem importar livremente se pagarem uma tarifa de 50%.

Com os preços internacionais do açúcar fracos, alguns importadores ainda podem lucrar mesmo sem ter cotas de importação, destacou Zhang.

´Sob o mecanismo da Organização Mundial do Comércio, o governo não pode intervir no mercado de açúcar usando medidas administrativas. No entanto, isso não significa que não há nenhuma alternativa para o governo (limitar as importações)´, disse Zhang. ´Se necessário, a administração vai tomar medidas, incluindo barreiras não-tarifárias e outras ações, para grandes importadores´, afirmou o executivo, acrescentando que a China ainda precisa atender às estatais importadoras, que podem obter até 70% das cotas de importação de açúcar chinesas.

Zhang disse ainda que a demanda está aumentando, em meio à recuperação da economia. Além disso, como a safra chinesa deverá ser menor do que o mercado esperava, o excesso de oferta está diminuindo, conforme o executivo.

A NDRC também estudará o armazenamento de mais açúcar, se necessário, depois de concluir a estocagem de 1,5 milhão de toneladas decorrente de leilões feitos entre dezembro e janeiro, disse Zhang.

A China deve produzir cerca de 13,5 milhões de toneladas de açúcar no atual ano comercial, que começou em 1º de outubro. Se confirmado, o volume ficará abaixo da previsão anterior, de 14 milhões de toneladas, mas ainda assim representaria incremento de 17% ante o ciclo passado, salientou a Associação de Açúcar da China. As informações são da Dow Jones.

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