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Fim da Crise?

Ninguém se arrisca a dizer que terminou a turbulência nos mercados globais devido à crise do crédito imobiliário dos Estados Unidos. Mas os indicadores econômicos foram otimistas na última semana: a Bolsa de São Paulo (Bovespa) disparou 10,37% nos últimos seis pregões e o dólar comercial voltou ao nível inferior a R$ 2 – R$ 1,9430, mais precisamente. A alta de 9,14% na Bovespa, obtida entre segunda e sexta-feira, foi a melhor performance semanal desde outubro de 2002.

A leitura dos analistas é que essa reação tem como pano de fundo dois principais fatores. Um deles, e talvez o mais importante, foi a decisão do Federal Reserve (Fed, o Banco Central dos EUA) de reduzir a taxa de juros dos empréstimos aos bancos, modalidade conhecida como redesconto. O segundo ingrediente foi a injeção de US$ 2 bilhões que o Bank of America fez na Countrywide, maior empresa de crédito imobiliário dos EUA. Os investidores têm esperança de que essa reação tenha continuidade. É preciso acompanhar o comportamento dos mercados nesta semana que se inicia.

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É prematuro concluir que a crise nos mercados seria uma página virada, admite o presidente do Banco Central (BC), Henrique Meirelles. Ele enfatizou que, no momento, O BC não está vendo indicação de recessão na economia norte-americana. Mas uma redução de ritmo muito acentuada poderá afetar todos os países. Para ele, a grande lição desta crise “é que o Brasil tomou a atitude certa de reforçar seus fundamentos em um cenário benigno”.

O relatório de inflação de junho prevê que o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro será de 4,7% em 2007. A próxima revisão ocorre em setembro.

– Não temos indicações de que possa haver uma revisão para baixo – afirmou.

O presidente do BC observou que a expansão da economia brasileira vem sendo impulsionada pela demanda interna. E disse que o país está mais resistente a choques, apesar de afirmar que nenhum país é imune a crises financeiras, nem o Brasil. É o que vem se observando.

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