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BP acelera entrada no setor de etanol no Brasil

A BP, uma das maiores petroleiras do mundo, agilizou a organização de sua infra-estrutura no Brasil para atuar na exportação de etanol. A empresa está fechando contrato com a Tequimar, do grupo Ultra, para utilizar tanques de armazenagem de etanol no Porto de Santos, em São Paulo. Subsidiária da Ultracargo, a Tequimar possui tecnologia e experiência na área de logística e de estocagem de combustíveis e produtos químicos. Mantém operações em três portos do país, Suape, em Pernambuco, Aratu, na Bahia, e Santos, em São Paulo.

A primeira impressão é que a BP está seguindo o exemplo da Petrobras e da anglo-holandesa Shell, que já exportam de etanol. No entanto, executivos e analistas do setor de biocombustíveis ouvidos por Época Negócios acreditam que a BP tem ambições mais arrojadas do que apenas vender etanol para outros países. Ao garantir uma porta de saída para o álcool no principal porto do país, a BP estaria dando o primeiro passo para estruturar uma cadeia de produção e comercialização de etanol a partir do Brasil. A análise leva em conta outros movimentos da BP no setor.

A empresa está montando sua área de biocombustíveis no Brasil. Contratou um executivo especificamente para cuidar dos negócios com agroenergia, Paulo Pinho. Uma das atribuições de Pinho no momento é organizar a abertura do escritório da área de biocombustíveis, que ficará em Campinas no interior de São Paulo – bem longe da sede brasileira da BP, que está na cidade do Rio de Janeiro. A região de Campinas está próxima de municípios e de empresas ligadas à produção de etanol e ao desenvolvimento de novas tecnologias para o plantio e a industrialização da cana-de-açúcar.

A BP é considerada uma petroleira inovadora. Ainda no final dos anos 90, foi uma das primeiras a se interessar pelo avanço dos biocombustíveis e a buscar alternativas para amenizar os efeitos das mudanças climáticas. Em 2000, mudou o nome de British Petroleum para BP, sigla para a expressão “Beyond Petroleum” – em português Além do Petróleo – e passou a apresentar-se não como uma petroleira, mas como uma empresa de energia. (Alexa Salomão)

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