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Biomassa de cana-de-açúcar

Unindo o conceito de biomassa ao agronegócio, a New Holland está aplicando no Brasil um projeto que permite gerar energia sustentável através da palha da cana-de-açúcar. Desenvolvido em parceria com o Centro de Tecnologia Canavieira (CTC), o projeto busca utilizar a palha da cana-de-açúcar (gerada na colheita mecanizada) para produção de energia. A pesquisa, baseada na aplicação da enfardadora BB9000 da New Holland, está sendo desenvolvida desde maio de 2010 e já apresenta resultados favoráveis. O CTC, sediado em Piracicaba (SP), realiza diversos estudos nesta área há mais de 40 anos e representa mais de 60% das indústrias do setor sucroalcooleiro.

A utilização de biomassa na geração de energia por sistemas de cogeração vem crescendo ano após ano. Um dos principais fins deste tipo de energia é o suprimento de eletricidade para demandas isoladas da rede elétrica. “Se fizermos uma análise podemos constatar que ¼ de toda a força energética nacional é gerada através da cana-de-açúcar. Isso quer dizer que, mais do que nunca, o agronegócio já está ligado à sustentabilidade”, afirma Samir de Azevedo Fagundes, responsável pelos projetos de biomassa desenvolvidos pela New Holland.

O projeto tem um viés de grande importância econômica dentro das usinas, já que se trata de uma matriz com menor custo por geração de MW/h. “O usineiro completa o ciclo produtivo da cadeia, pois tem aproveitamento de resíduos, podendo inclusive tornar-se autossuficiente em energia elétrica e até mesmo lucrar com o excedente”, afirma Fagundes, que destaca os incentivos políticos do Proinfa (Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica) e da Lei 10.762.

Fagundes ressalta que a bioeletricidade tem uma série de vantagens: é um recurso renovável, que polui menos, tem risco e prazo de execução menor, maior facilidade em estimar a energia a ser gerada, além de diversificar, mais ainda, a matriz energética nacional. O processo possibilita ainda as perdas de transmissão, pois muitas vezes a geração é feita próxima aos centros consumidores.

“Estamos caminhando para um cenário de colheita 100% mecanizada, sem queima, então é fundamental o aproveitamento da biomassa na geração de energia”, afirma Fagundes. Segundo dados da União da Indústria da Cana-de-Açúcar – Unica, a estimativa é que em aproximadamente dez anos a bioeletricidade gere energia equivalente a três usinas Belo Monte. Os investimentos para produção de bioeletricidade também são mais baixos: de acordo com a ANEEL, o processo de geração de bioeletridade é R$16,65/MWh mais barato do que a produção energia hidrelétrica.

O processo se divide em uma série de etapas, começando pelo acúmulo da palha gerada após a colheita mecanizada da cana-de-açúcar. Após a colheita, a palha permanece exposta ao tempo por um período de até dez dias para que seque. Quando o material estiver com cerca de 10% de umidade é feito o aleiramento, que reúne a palha em linhas (leiras). Em média, há cerca de 150 quilos de palha seca para cada tonelada colhida, o que totaliza, aproximadamente, 15 toneladas de palha por hectare por ano, dos quais são retirados do campo de 50-60%, de acordo com as condições edafo-climáticas do local..

Após o acúmulo da palha em leiras, uma enfardadora BB9000 acoplada ao trator passa recolhendo o material e fazendo os fardos. Chamados de “gigantes”, cada um tem cerca de 2 metros de comprimento e 450 quilos. Por último, a carreta recolhedora de fardos encaminha o material para o ponto de carregamento, de onde seguem para a usina. De acordo com Fagundes, este processo possibilita um custo menor em relação a outros métodos, trazendo maiores vantagens ao produtor.

Fagundes ressalta que a Agrishow 2012 será a primeira oportunidade que o cliente terá para conhecer de perto todas as máquinas que compõe a solução agrícola do recolhimento de palha: o Aleirador H5980, a enfardadora BB9080 e a carreta acumuladora de fardos PT2010.

“É interessante destacar que, por termos como parceiro para este projeto o CTC, todos os aspectos relacionados ao recolhimento foram observados, seja do ponto de vista agronômico, agrícola ou industrial. Hoje temos condições de ofertar a solução como um todo e o que é mais importante, orientar nosso cliente a melhor maneira de processar esta fardo para queima em caldeiras e consequente cogereção”, destaca Fagundes.

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