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América do Sul na rota do etanol

As longas viagens à Ásia, especialmente ao Japão, de missões brasileiras encarregadas de negociar a venda de etanol estão sendo substituídas por destinos mais próximos: os países sul-americanos. O produto foi definitivamente incluído nas relações com as nações da América do Sul como instrumento de integração e disseminação do uso do álcool.

Enquanto os japoneses dificultam as negociações — alegando que não têm segurança de que o abastecimento estará garantido — paraguaios, argentinos, equatorianos, colombianos, venezuelanos e bolivianos estão em fase adiantada. Alguns já começam a misturar o etanol à gasolina ou negociam com o Brasil a transferência de tecnologia e a compra de equipamentos para a construção de usinas.

No rol de países da região, o Uruguai é o único que vem demonstrando pouco interesse.

Os paraguaios já misturam 15% de etanol à gasolina e decidiram, há duas semanas, expandir o percentual para 24% em dois anos. Os argentinos, curiosamente, pensam em produzir o combustível a partir do milho, enquanto o Brasil utiliza a cana. A Argentina deve acrescentar 10% de etanol à gasolina até 2010. Na Bolívia, já existe uma lei permitindo a mistura de álcool à gasolina, mas o projeto não avança devido a questões internas de cunho político.

A Venezuela tem problemas com a gasolina, que leva aditivos à base de chumbo. O etanol seria um substituto, e a Petrobras já está sendo escalada. No Equador, está em fase de testes a adição de 5% de etanol à gasolina. Na Colômbia, a proporção é de 10%, assim como no Peru. O Chile poderá optar por incluir 6%.

A América do Sul é apenas uma das frentes.

Com ocorreu com os EUA, foi firmado um acordo para expandir a produção na América Central. O governo assinou tratados de cooperação na África. México, Canadá, Índia, Itália e Alemanha também mostraram interesse.

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