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Açúcar de beterraba avança no terreno da cana

Enquanto o Brasil padece de pouca oferta de cana, custos altos e quebra na produção, os países produtores de açúcar de beterraba prosperam, com maior área plantada e clima favorável. A previsão da consultoria Czarnikow, uma das mais importantes do segmento, é de que a produção do adoçante a partir de beterraba cresça 6 milhões de toneladas, puxada por Rússia e Europa.

O número é maior do que o previsto prevista pela Organização Internacional do Açúcar (ISO, na sigla em inglês) em relatório do início de setembro – 4,4 milhões de toneladas. Para o produto feito de cana-de-açúcar, a ISO previu um avanço mais modesto, de apenas 2,3 milhões de toneladas, com a quebra no Brasil.

Para a Czarnikow, a beterraba vai contribuir com 70% do avanço na oferta global de açúcar. Rússia e Europa serão os maiores responsáveis pelo crescimento, afirma a consultoria.

A Czarnikow avalia que os custos da beterraba tornaram-se mais baixos e ficaram mais próximos dos custos da cana. No relatório, a consultoria, no entanto, pondera que “apesar da cana-de-açúcar permanecer a mais competitiva, a falta de investimentos na produção no Brasil foi importante no cenário da safra 2011/12, no qual a beterraba agora terá participação de 22% na produção global – a maior desde 2007/08, quando essa fatia foi de 20%”.

Até primeiro de outubro, a produção de açúcar no Centro-Sul do Brasil estava 4,19% menor do que em igual intervalo do ano passado, segundo a União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica). Com poucas perspectivas de a oferta de cana crescer no ano que vem e com uma maior competição mundial no mercado exportador, especialistas acreditam que há tendência de aumentar na próxima safra o mix alcooleiro das usinas.

Ontem, a Unica informou que 107 usinas do Centro-Sul obtiveram, até início de outubro, registro da Agência de Proteção Ambiental americana para exportar etanol aos Estados Unidos. Em fevereiro deste ano, esse número era de 55 usinas.

A previsão de maior produção de açúcar na China – de 11,2 milhões para 11,84 milhões de toneladas, segundo o USDA – fez os papéis da commodity para março caírem 72 pontos na bolsa de Nova York fechando a 26,09 centavos de dólar por libra-peso. No mercado interno, o indicador Cepea/Esalq para o cristal subiu 0,41% para R$ 62,92 a saca.

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