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Setor mantém diferença de 60% no preço do álcool para a gasolina

À exceção de Ribeirão Preto, a maioria dos postos das regiões importantes do País está com a diferença de preço de álcool e gasolina na bomba acima dos 60% acertados entre o governo e o empresariado do setor sucroalcooleiro.

— O setor está fazendo a sua parte e obedecendo a margem na hora da venda. Provavelmente devem ter esquecido de avisar os donos de postos e boa parte de seus cartéis”, ironiza o consultor da Procana, Neriberto Simões.

De acordo com Sydinei Ulises de Melo cordenador do Procon-RP os preços dos combustíveis estão sistematicamente tendo redução de preços ao consumidor há três meses em Ribeirão Preto (SP). O preço do álcool na bomba está sendo praticado em média R$ 1,229 contra R$ 1,993 da gasolina, o que significa uma diferença de 61,66% entre os combustíveis e uma economia de R$ 18,00 de álcool a cada 50 litros abastecidos.

Melo afirma ainda que em Ribeirão Preto de fato o consumidor tem acesso ao livre mercado de preços. A cidade está abaixo das médias estadual e nacional de preços de combustiveis.

Disposição do governo

“Em minha atuação de trinta anos na agroindustria sucroalcoleira, depois da criação do Proálcool, nunca vi um governo com tanta disposição de entender a importância da produção de açúcar e álcool para o Brasil como o atual”, afirma João Carlos de Figueiredo Ferraz, diretor da Cristalsev, conselheiro da Unica e diretor da Usina Jardest de Jardinópolis-SP.

Ferraz afirma ainda que a estabilidade do preço do álcool é confortável para todos, “desde o o produtor até o consumidor final”.

Segundo ele, a relação inevitável que há entre os preços da gasolina e o do álcool faz com que o valor dos dois combustíveis caminhem juntos. “A tendência é sempre de o preço do álcool acompanhar o da gasolina, nos dois sentidos. Quando o valor sobe ou quando cai, mas salientou que a linha de crédito anuncida pelo governo federal para o financiamento da estocagem de álcool será de grande valia para a estabilização dos preços”, informa Ferraz.

Em Goiânia (GO), os preços dos combustíveis também seguem a tendência de baixa do álcool na bomba, onde o consumidor gasta em média R$ 1,49 por litro. Já na capital federal, a cem quilômetros de distância, os preços variam para cima, em torno de R$1,80 o litro.

CPI dos combustíveis vai avaliar Cide

A Comissão Parlamentar de Inquérito dos Combustíveis instalada em Brasília deverá ouvir os juízes que estão concedendo liminares para o não pagamento da Contribuição de Intervenção sobre o Domínio Econômico —Cide sem a caução. Outra iniciativa da CPI será a realização de audiências públicas para que o levantamento de quem promove a sonegação dos tributos, a adulteração dos combustíveis e a organização de uma suposta indústria de liminares. Os representantes do Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis e Lubrificantes —Sindicomb, do Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e Lubrificantes —Sindicom e o presidente da Federação Nacional do Comércio de Combustíveis, Luiz Gil Siuffo Pereira, vão participar da primeira audiência pública, que ocorre dia 21. A Agência Nacional de Petróleo —ANP, Petrobras, Ministérios Públicos dos Estados, Receita Federal e Secretarias Estaduais da Fazenda deverão participar de debates na CPI. (Neila Cristina, de Brasília)

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