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Seca reduz produção de cana na Mata Norte

O fim de ano será de prejuízo para alguns municípios da Mata Norte do Estado. A estimativa é que a estiagem que castigou a região, principalmente nos meses de abril e maio, acarrete uma perda de até 50% na produção de cana de açúcar de algumas usinas da região central. Até 10 mil trabalhadores podem ser prejudicados, e o prejuízo pode chegar a R$ 100 milhões, no mínimo.

A parada da moagem, que geralmente ocorre entre fevereiro e março, em alguns locais já estará comprometida entre o fim de dezembro e os primeiros dias de janeiro, de acordo com o presidente da Associação dos Fornecedores de Cana de Pernambuco (AFCP) e da União Nordestina dos Produtores de Cana (Unida), Alexandre Andrade.

“Municípios como Nazaré da Mata, Lagoa de Itaenga, Aliança, Condado, Itambé e Ferreiro serão alguns dos mais atingidos”, declarou o presidente. O litoral será a parte menos castigada.

A Mata Norte responde por cerca de 35% da produção de cana-de-açúcar em Pernambuco. Os outros 65% ficam para a Mata Sul, que tem índice pluviométrico naturalmente maior e, mesmo com a enchentes enfrentadas em junho, poderá apresentar um crescimento de até 5%.

“O prejuízo geral deve ficar em torno de 29%, em relação aos anos normais, o que representa uma redução de 7% na safra total do Estado”, calculou Andrade. Além do problema das baixas precipitações, a má distribuição das chuvas agravou ainda mais a situação.

Os municípios de Aliança, Timbaúba, Camutanga, Vicência e Carpina, por exemplo, tiveram, entre janeiro e outubro deste ano, mais de 1.000 ml inferiores de chuva em relação a 2009.

Segundo o presidente do Sindicato da Indústri a do Açúcar e do Álcool no Estado de Pernambuco (Sindaçúcar), Renato Cunha, “esse é um déficit que dificulta o desenvolvimento da planta nos períodos chuvosos”. Ainda de acordo com ele, o potencial total de moagem do Estado, que era estimado em 18 milhões de toneladas, deve cair para 16,5 milhões.

Uma das usinas prejudicadas, que estendeu o processo de moagem até o final de fevereiro, dessa vez deve encerrar o processo já no fim de dezembro. A redução será de aproximadamente 400 mil toneladas somente na produção de açúcar, sem contar o álcool e o bagaço. Boa parte dos trabalhadores que tem contrato temporário será dispensada ou terá o fim do contrato antecipado. A seca também afetou municípios da Paraíba e do Rio Grande do Norte, “talvez ainda com mais força que em Pernambuco”, afirmou Alexandre Andrade.

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