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Seca provoca tímido crescimento na moagem do Centro-Sul

Com a safra praticamente encerrada, a moagem de cana-de-açúcar pelas unidades produtoras da região Centro-Sul do Brasil totalizou 556,19 milhões de toneladas no acumulado desde o início da safra até 31 de janeiro de 2011, uma tímida alta de 2,63% comparativamente ao volume total processado na safra 2009/2010.

Neste período, a produção de açúcar aumentou 16,86%, com 33,47 milhões de toneladas produzidas na atual safra. Em relação ao etanol, este crescimento foi de 7,00%, totalizando 25,34 bilhões de litros (17,89 bilhões de litros de etanol hidratado e 7,45 bilhões de litros de etanol anidro).

O volume produzido até o momento pode ser tomado como os valores finais da safra 2010/2011 da região Centro-Sul. Segundo o diretor técnico da União da Indústria da Cana-de-Açúcar (UNICA), Antonio de Padua Rodrigues, “quaisquer volumes eventualmente produzidos nos dois meses restantes para o término oficial da safra serão irrisórios, como observado em janeiro”.

Em janeiro deste ano, a moagem alcançou 812,57 mil toneladas, ante 6,40 milhões de toneladas registradas no mesmo período da safra passada. Já a produção mensal de açúcar atingiu apenas 10,67 mil toneladas. Em relação ao etanol, o volume produzido totalizou 45,67 milhões de litros. Quanto ao número de unidades produtoras em atividade nesta safra, até 1º de fevereiro somente sete usinas ainda operavam no Centro-Sul, contra 42 unidades na mesma data no ano anterior.

Faltou cana no Paraná

O estado do Paraná, muito afetado com a forte estiagem amargou os resultados, principalmente porque faltou cana. José Adriano Dias, superintendente da Alcopar – Associação dos Produtores de Bioenergia do Estado do Paraná, explica que esse foi um ano muito ruim em termos de matéria prima disponível apesar do rendimento industrial ter uma sensível melhora, com um crescimento de 5,38%.

O Paraná produziu até a primeira quinzena de janeiro, 43,2 milhões de toneladas na safra 2010/2011 contra 44,8 milhões de toneladas da safra anterior. “A safra foi muito ruim devido ao deficit hídrico por isso produzimos menos do que em 2009”, afirma Dias.

Apesar disso, a quantidade de açúcar processada aumentou pois passou dos 2,4 milhões de toneladas na safra anterior para 3,02 milhões de toneladas. O etanol produzido acumulado foi de 1,6 bilhão de litros.

No Paraná até dia 1° de fevereiro, três unidades estavam moendo de um total de 30 unidades. “O clima foi inverso em 2009, com excesso de chuva. Em 2010 tivemos 18% menos cana disponível para moagem em comparação com 2009, porque houve perdas, o canavial estava velho porque não fizemos os tratos culturais necessários devido a seca e a crise. O volume de etanol produzido ficou 9,29% menor do que a safra anterior”, explica Dias.

Para 2011, a Alcopar estima uma produção igual a de 2010, principalmente devido a falta de mudas para expansão. “Nosso canavial está dois anos mais velho do que a média histórica e prejudicou a produtividade agrícola que passou de 84 ton por ha da média para 79 a 80 toneladas por ha”, reforça.

Segundo Dias, os especialistas prevêem que a partir de março haverá escassez de água, e para cana isso não é bom. “Por outro lado a safra terá um aproveitamento melhor de tempo, dos equipamentos e também em termos de impureza. Assim, a eficiência industrial também será melhor”, lembra.

Safra do MS cresce mais de 50%

Apesar de ter duas usinas com perspectiva de moer até março, a safra 2010/2011 do Mato Grosso do Sul está praticamente fechada. Mesmo com uma produção menor do que a estimada em 38 milhões de toneladas, a produção de 33,3 milhões de toneladas produzidas até a primeira quinzena de janeiro, alavancou o estado. Esse volume representa um aumento de 52,23% na produção de cana de açúcar comparada com o período da safra anterior.

Roberto Hollanda Filho, presidente da Biosul – Associação dos Produtores de Bioenergia de Mato Grosso do Sul, explica que o estado está entre os cinco maiores do Brasil, mas entre esses, foi o que mais cresceu em 2010. “Apesar da produção do estado ser menor do que Minas, Goiás e Paraná, a tendência é estar junto aos maiores produtores, com média de 50 milhões de toneladas”, frisa Hollanda.

A produção de etanol deve fechar em 1,9 bilhão de litros, um crescimento de 52,24% e 1,3 milhão de toneladas de açúcar, um aumento de 84,56% em relação a safra de 2009. Hollanda diz que a perspectiva para a próxima safra é moer até 42 milhões de toneladas de cana.

Somente em 2010, a área plantada foi de 393.824 hectares contra 271.894 hectares em 2009, um crescimento de 44,8%. Ainda em 2010, uma usina foi inaugurada no estado, quatro usinas expandiram as instalações e o município com a maior área de cana plantada foi o de Rio Brilhante.

De acordo com o líder, a safra passada sofreu algumas interferências climáticas, como chuvas no início da safra (março e abril 2010) e seca em agosto que afetou principalmente as usinas instaladas no norte do Estado. “No entanto, estas interferências foram localizadas.O clima do Estado do MS é muito bom para o plantio da cana, tendo estação de chuvas bem definidas durante o ano. Exceções aconteceram como em 2009 e em 2010. Sem surpresas climáticas, em 2011, a estimativa é crescer 20%”, reforça.

O mix que hoje é de 70% para etanol no estado, começa a se aproximar mais da média nacional, e em 2011, deverá ficar em 65% de etanol.

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