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Reservatório com 43% afasta apagão, diz Chipp

O diretor-geral do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), Hermes Chipp, afirmou ontem que, se o nível de reservatórios no Sudeste e Centro-Oeste estiver entre 43% e 45% em abril (quando encerra o período chuvoso), o risco de desabastecimento de energia estará afastado. “Esse é o nível adequado para chegarmos ao período seco”, disse.

Segundo Chipp, as chuvas nos últimos dias produzirão efeitos reduzidos sobre a queda de preço da energia no mercado de curto prazo (PLD). “Nem toda chuva se transforma em afluência”, afirmou o diretor-geral, sinalizando que a confirmação de chuvas nas próximas semanas tende a reduzir de forma mais acentuada o PLD.

O diretor-geral informou ainda que o relatório referente ao apagão de energia ocorrido no dia 4 de fevereiro deve ser concluído até sexta-feira. Inicialmente, o ONS havia previsto a entrega do documento para hoje, quando encerra o prazo de 15 dias após o incidente. Imediatamente após mencionar o novo prazo, Chipp sugeriu que ele pode ser descumprido. Ressaltou que o laudo técnico dos motivos que levaram ao apagão tem demandado esforço dos profissionais do órgão, o que pode estender a conclusão do relatório para a próxima semana.

Em tom de desabafo, Chipp disparou críticas à forma como vêm sendo encarados os problemas do setor. As declarações foram dadas em evento promovido, internamente, pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). O acesso foi aberto à imprensa, que logo foi convidada a se retirar.

Um dos pontos da crítica foi o uso do risco de déficit de abastecimento, calculado sobre estimativas de oferta e demanda. “Houve uma especulação que considero perversa, porque você passa para a sociedade um cenário muito ruim”, disse. Segundo ele, o risco de déficit não é definitivo, podendo mudar de um mês para outro. Ele citou que este índice chegou a 32% entre 2007 e 2008, mas foi “zerado” no meses seguintes.

O diretor do ONS criticou o risco de déficit de 17,5% apontado pela PSR Consultoria, do engenheiro Mário Veiga, conselheiro informal da presidente Dilma Rousseff para assuntos do setor. Segundo Chipp, quem não é da área não entendeu esse número. As opiniões de especialistas sobre o risco de desabastecimento no setor também foram alvo de Chipp. “Estou preocupado, porque essa coisa de energia está banalizada, hoje todo mundo ´entende´. Já repararam? Hoje, qualquer um fala de energia”

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