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Quebra em Minas Gerais: moagem deve cair 4% na safra 17/18

Campos Filho, presidente da Siamig: MG tem uma taxa de renovação de canaviais de 18% (Foto: Delcy Mac Cruz)

A moagem de cana-de-açúcar na safra 2017/18 deverá cair 4% nas unidades produtoras do estado de Minas Gerais. No total, deverão ser processadas 61 milhões de toneladas da matéria-prima do etanol, contra 63,5 milhões de toneladas nas temporada 16/17.

As previsões integram a primeira estimativa de safra da  Associação das Indústrias Sucroenergéticas de Minas Gerais (Siamig).

Apesar da queda anunciada de moagem, o presidente da entidade, Mário Ferreira Campos Filho, estava otimista na entrevista de apresentação da estimativa na sexta-feira (28/04) na sede da Usina Vale do Tijuco, em Uberaba (MG), da qual o JornalCana participou.

Qual sua avaliação para a safra 17/18?

Mário Campos Filho – Há boas perspectivas com a recuperação de preços do açúcar e do etanol. A safra 17/18 representa o encerramento do ajuste do setor sucroenergético de Minas. Por muito tempo o produtor não conseguiu recursos financeiros para renovar os canaviais.

Esses recursos foram obtidos?

Mário Campos Filho – Sim. O resultado é que temos uma taxa de renovação média de 18%, acima da média nacional de renovação de canaviais.

Significa também que haverá menos cana para a safra 17/18, e mais para a 18/19

Mário Campos Filho – Correto, embora dependerá muito das condições climáticas. Por isso é muito cedo prever quanta cana estará disponível para a 18/19.

Quanto custa em média renovar um hectare de cana em Minas?

Mário Campos Filho – R$ 7,5 mil médios. Para renovar a cana soca, R$ 1,6 mil médios por ano.

Detalhe as previsões para a 17/18

Mário Campos Filho – As unidades de Minas deverão responder por 11% da moagem de cana das unidades de toda a região Centro-Sul do país, estimada em 585 milhões de toneladas pela União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica).

Como está prevista a produtividade?

Mário Campos Filho – O volume total de ATR deverá ficar em 8,295 milhões de toneladas, queda de 5% ante os 8,693 milhões da 16/17. Já por tonelada as unidades de MG deverão chegar a 136 quilos por toneladas, 1% a menos que os 136,9 quilos apurados por tonelada na 16/17.

Qual o número de unidades em MG para a safra 17/18?

Mário Campos Filho – Temos 34 unidades, das quais 20 tinham iniciado a moagem da 17/18 até 28/04.

A exemplo de outros estados, a safra em MG deverá ser mais açucareira?

Mário Campos Filho – A previsão é chegar a 4,1 milhões de toneladas, 3% acima das 3,982 milhões de toneladas produzidas na temporada anterior. Essa alta, no entanto, reflete a entrada de duas unidas na produção do adoçante, a Bioenergética Aroeira e a Usina Vale do Pontal.

Quanto do açúcar a ser feito na 17/18 em MG está fixado?

Mário Campos Filho – Perto de 70%. Mas é preciso lembrar que o preço do açúcar tem caído nas últimas semanas [estava em R$ 1,2 mil a tonelada no fim de abril, ante R$ 1,6 mil há um ano], o que pode favorecer maior produção de etanol. O mix, entretanto, está em 52% para o açúcar (foram 48% no ciclo anterior) e 48% para etanol (foram 52% na 16/17).

Por que?

Mário Campos Filho – O etanol permite entrada rápida de recursos financeiros, ao contrário do açúcar. Na média, a unidade recebe R$ 1,45 pelo litros (sem impostos), muito próximo, em termos comparativos, ao R$ 1,2 mil recebidos pela tonelada de adoçante.

Qual a previsão de produção de etanol na 17/18?

Mário Campos Filho – A estimativa é de uma produção de 2,3 bilhões de litros, queda de 12% ante os 2,6 bilhões de litros ofertados na temporada anterior. Do total, 948,5 milhões de litros são anidro (queda de 20% ante a safra 16/17) e 1,386 bilhão de litros de hidratado (4% de quebra ante o ciclo anterior).

Qual sua avaliação sobre o avanço das importações de etanol?

Mário Campos Filho – Preocupante. Durante 2016 entraram pelo Porto do Itaqui, no Maranhão, perto de 1 bilhão de litros [quase 40% de todo o etanol a ser feito na 17/18 pelas unidades de MG].

O sr. é favorável à recente discussão sobre retomada da taxação sobre o etanol importado?

Mário Campos Filho – Sim.

Representantes de produtores das regiões Norte e Nordeste defendem que essa taxa deva voltar aos 20% aplicados até 2011, quando houve a isenção. Já entidades como a Unica defendem 16%. Qual percentual o sr. defende?

Mário Campos Filho – Fico no meio termo entre um e outro: defendo uma taxação de 17%.

 

 

 

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