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Protocolo Agroambiental mostra resultados positivos

A redução de queima da palha da cana e a cogeração nas usinas do Estado de São Paulo, além da recuperação de matas ciliares, evitarão que 62,5 milhões de toneladas de dióxido carbônico (CO2) sejam emitidas até 2017.

A cifra foi anunciada na semana passada, em São Paulo, quando foram revelados os resultados do Protocolo Agroambiental do Setor Sucroenergético, em evento organizado pelas secretarias do Meio Ambiente, Agricultura e a União da indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA).

O Protocolo Agroambiental estabelece uma série de compromissos e diretivas técnicas relacionadas às indústrias sucroenergéticas do Estado. Uma delas refere-se à antecipação legal do fim da colheita de cana com o uso de fogo até 2014 (para área mecanizáveis) e 2017 (para áreas não mecanizáveis).

Durante o encontro, a UNICA informou que até dezembro de 2017, somente em relação à queima da palha da cana, serão 8,5 milhões toneladas de CO2 que deixarão de ser emitidas.

“Transformamos fumaça e fuligem em energia verde. Os cálculos que apresentamos no Protocolo são de grande importância, o fim da queima da palha da cana contribuirá imensamente para o índice de redução das emissões que o Brasil apresentará na COP-15, na Dinamarca. Mostramos à sociedade os benefícios que essa iniciativa representa ao longo de seus dois anos de vigência, não apenas para São Paulo, mas para toda a sociedade brasileira”, observou Marcos Jank, presidente da UNICA.

Em sua apresentação durante o evento, o presidente da UNICA disse que 85% dos produtores do Estado já se comprometeram a cumprir as metas agroambientais fixadas no Protocolo. E que o total de área mecanizada no Estado saltou de 34,1% em 2007, para estimados 53,8% na safra 2009-2010. Isto significa que mais da metade da colheita já é realizada sem a queima da cana.

“Trata-se de um novo paradigma no relacionamento do setor privado com o Estado, que acabou virando um modelo para ações relacionadas com preservação e conservação do solo e melhores práticas agrícolas”, enfatizou João de Almeida Sampaio Filho, secretário estadual de Agricultura e Abastecimento. Esse modelo de gestão público-privado incorporado ao Protocolo pode gerar pactos semelhantes no futuro, desta vez, contemplando a questão tributária, antecipou Sampaio Filho.

Além da inovação tecnológica, necessária para a abordagem das mudanças climáticas, outros conceitos embutidos no Protocolo foram enfatizados pelo Secretário do Meio Ambiente, Xico Graziano: “O pacto mostra a importância do uso de energias renováveis; incentiva a criação de uma economia verde que requer perfis profissionais diferenciados; demonstra de forma muito clara a importância de se ter um Estado ativo, em busca do desenvolvimento sustentável”. Graziano destacou que o setor sucroenergético percebeu a importância da agenda ambiental para impulsionar o seu próprio desenvolvimento econômico, contribuindo também para a conservação do planeta.

O presidente da UNICA lembrou os benefícios que podem ser obtidos com a co-geração de energia, já que a palha poderá ser utilizada na geração de energia: “As emissões serão mitigadas por conta da colheita mecanizada e a palha ainda servirá para as usinas gerarem bioeletricidade”, acrescentou Jank. Em relação à gestão de recursos hídricos pelas 160 usinas signatárias do Protocolo, os dados apontam que só na atual safra de cana-de-açúcar, houve uma redução de 48 bilhões de litros no volume de água utilizada no processamento de cana.

Os resultados permitem estimar também que o setor irá investir mais R$ 680 milhões nos próximos sete anos para atender as metas de gestão de recursos hídricos, que passarão dos atuais 1,55 metros cúbicos por tonelada de cana moída para 0,7 m3 por tonelada.

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