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Produtores de cana podem ficar sem o Pepro

A inclusão da lavoura canavieira no Prêmio Equalizador Pago ao Produtor (Pepro) é pouco provável. Pelo menos é o que deixou a entender o secretário-adjunto de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Gilson Bittencourt, que se reuniu esta semana, em Recife, com representantes dos canavieiros do Nordeste.

De acordo com o presidente da Associação dos Plantadores de Cana da Paraíba (Asplan) e da União Nordestina dos Produtores de Cana (Unida), Raimundo Nonato Siqueira, a reunião foi “um fiasco”. “Além de não propor nenhuma ação que minimize os prejuízos do setor, o representante ministerial ainda deu a entender em seu pronunciamento que é pouco provável a inclusão da lavoura canavieira no Pepro”, lamentou.

“Com essa atitude, o Governo Federal compromete a viabilidade econômica de um importante sustentáculo social do Nordeste que é o setor canavieiro e deixa numa situação insustentável um segmento que emprega muitos trabalhadores no campo, além de ir na contramão do discurso do Governo Lula que diz priorizar o emprego e os segmentos produtivos nacionais”, disse Nonato.

O dirigente afirmou ainda que Bittencourt, a quem considerou “arrogante”, desconhece completamente a realidade do setor, o que, segundo Nonato, justifica o fracasso da reunião. “O representante do Governo Federal anunciou, como uma grande novidade, a destinação de recursos do Pronaf para pequenos agricultores, como se fosse uma saída para a crise. Mas, além de não ser novidade, essa linha de crédito não resolve o problema do setor e ainda deixa de fora uma boa parte dos produtores canavieiros do Nordeste, justamente os que mais produzem cana, empregam e geram renda na região”, conta.

Por conta do fracasso da reunião, produtores se uniram e já programam uma manifestação pública para o dia 2 de dezembro, data em que o presidente Lula estará em Recife. O objetivo é chamar a atenção do presidente para a crise que passa o setor canavieiro nordestino e as implicações econômicas e sociais que ela produzirá.

“É fundamental que o Governo Federal atente para essa problemática e haja enquanto houver tempo”, adverte Nonato, lembrando que sem a ajuda governamental será impossível o segmento se reerguer. Não estamos pedindo nenhum absurdo, apenas o que já é feito com outras culturas, a exemplo da soja, algodão, milho, café, entre outras”, disse Nonato.

A inclusão da lavoura canavieira no Pepro tem o apoio do Ministério da Agricultura e já tinha sido aprovada pela Advocacia Geral da União. “Além disso, há dotação orçamentária para tal procedimento. Atribuímos a negativa do Ministério da Fazenda apenas à falta de informação sobre a realidade do setor e sua fundamental importância para o desenvolvimento da região Nordeste”.

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