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Produção de veículos bate recorde em maio

A atividade da indústria automobilística brasileira atingiu no mês passado o ponto mais alto na história, com 348,1 mil veículos produzidos nas fábricas de carros, utilitários, caminhões e ônibus. O volume ficou um pouco acima das 347,1 mil unidades produzidas em abril – recorde anterior – e reflete a chegada de novas fábricas, junto com os esforços das montadoras para suprir um consumo que também renova marcas recorde neste ano.

Nos últimos doze meses, a capacidade do parque automobilístico brasileiro foi catapultada pela inauguração de duas fábricas de carros compactos no interior paulista, construídas por Toyota e Hyundai, além da conclusão de grandes programas de expansão. Em Gravataí (RS), a General Motors (GM) elevou de 230 mil para 380 mil carros por ano a capacidade de sua quarta maior fábrica no mundo, ao mesmo tempo em que a Fiat contratou 600 trabalhadores para aumentar em 150 carros por dia a produção em Betim (MG). A Honda, cujas vendas sobem 24% neste ano, passou a operar com duas horas extras de trabalho em Sumaré (SP), enquanto a Renault terminou em fevereiro as obras que expandiram em 100 mil carros por ano o potencial de produção no Paraná.

A capacidade da indústria automobilística brasileira, que fechou 2012 em 4,5 milhões de veículos, subirá para 5,4 milhões de unidades por ano com os empreendimentos que estão em andamento, como a construção das fábricas da Nissan, da Chery, da JAC Motors e da BMW. Somando projetos que foram anunciados, mas que ainda não saíram do papel, esse volume chega a 6 milhões de veículos, segundo estimativas da Anfavea, a entidade que abriga as montadoras instaladas no Brasil.

Para dar vazão a esse aumento de capacidade e evitar ociosidade, o setor traçou como meta dobrar as exportações para 1 milhão de veículos. Para tanto, trabalha em um conjunto de incentivos com o objetivo de dar competitividade aos carros brasileiros em mercados internacionais. O projeto, já batizado de “Exportar-Auto”, será entregue ao governo federal dentro de um mês, segundo informou ontem o presidente da Anfavea, Luiz Moan.

Manter a viabilidade do comércio exterior com a Argentina, o principal parceiro do setor automotivo brasileiro, é outro pilar para as ambições das montadoras de retomar níveis de exportações perdidos nos últimos sete anos com a valorização do real e as crises em economias desenvolvidas.

Durante a apresentação dos resultados de maio, Moan defendeu a prorrogação por mais 12 ou 18 meses das regras atuais do acordo automotivo com a Argentina como solução ao impasse sobre o livre comércio entre os países. Hoje, para exportar veículos e autopeças ao país vizinho sem pagar imposto de importação, o Brasil, em contrapartida, também precisa importar produtos automotivos argentinos. Mas o acordo prevê o início do livre comércio, sem qualquer restrição, a partir do mês que vem, o que não interessa ao governo argentino, apesar do apoio das montadoras brasileiras. Para Moan, a prorrogação das regras vigentes é o melhor caminho enquanto não houver consenso em torno do tema.

Segundo o balanço divulgado pela Anfavea, as vendas de veículos subiram 10% em maio, comparativamente a igual período do ano passado, totalizando 316,2 mil unidades. A entidade prevê um aumento desse volume neste mês, levando em conta que, nos últimos oito anos, os emplacamentos de junho superaram os de maio. Por isso, Moan mostrou despreocupação com a alta do estoque de veículos, cujo giro subiu de 33 para 36 dias no mês passado.

Ao comentar a produção de veículos neste ano, que sobe 18,6% ante 2012, o executivo afirmou que o setor está respondendo de forma “extremamente positiva” ao novo regime automotivo, que dá benefícios fiscais a empresas que produzem no Brasil e restringe a entrada de carros importados.

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