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Prejuízo da Petrobras equivale a 35% da dívida das usinas de cana

Bendine, presidente da Petrobras: prejuízo histórico
Bendine, presidente da Petrobras: prejuízo histórico

Levantamento do Portal JornalCana revela que o prejuízo contabilizado pela Petrobras no exercício de 2015 chega a R$ 34,8 bilhões. Esse montante negativo, apurado em apenas um ano, equivale a 35% da dívida acumulada das usinas de cana-de-açúcar em operação na safra 2015/16.

Em valores atualizados no começo de março, a dívida das usinas de cana alcança R$ 93 bilhões, conforme estudo de Alexandre Figliolino, sócio da MB Agro, braço da consultoria MB Associados.

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Em evento da Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), na capital paulista, Figliolino afirmou: o endividamento das usinas sucroenergéticas avançou 15% em apenas uma safra. Os motivos desse aumento: alta do dólar, dos juros e o fluxo de caixa negativo em parte importante do setor produtor de açúcar, etanol e bioeletricidade.

Conforme o sócio da MB Agro, a safra 16/17, já iniciada em algumas unidades, não deverá ser motivo para recuperar o fôlego financeiro. “Tem muita cana para moer e, fragilizadas, muitas usinas que não conseguem reter estoques irão vender na baixa”, afirmou ele no evento da Abag.

Perdas na Petrobras

Já a Petrobras registrou prejuízo de R$ 34,836 bilhões em 2015. Em 2014, as perdas somaram R$ 21,587 bilhões. Os resultados foram divulgados no fim da tarde de segunda-feira (21/03) pelo presidente da estatal, Aldemir Bendine.

Apenas no quarto trimestre de 2015, o prejuízo da empresa foi de R$ 36,938 bilhões. No terceiro trimestre, as perdas somaram R$ 3,8 bilhões. No primeiro e no segundo trimestres, houve lucro, respectivamente, de R$ 5,3 bilhões e de R$ 500 milhões, o que levou a um saldo de R$ 2 bilhões no ano. O prejuízo do último trimestre, no entanto, anulou o resultado positivo que vinha sendo registrado ao longo do ano.

Entre as causas do prejuízo, a empresa cita “o impairment (ajuste) de ativos e de investimentos, principalmente em função do declínio dos preços do petróleo e incremento nas taxas de desconto, reflexo do aumento do risco Brasil pela perda do grau de investimento (R$ 49,748 bilhões) e despesas de juros e perda cambial (R$ 32,908 bilhões)”.

O prejuízo operacional ficou em R$ 12,4 bilhões, o que significa queda de 42%, se comparado com o ano anterior.

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