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Prejuízo da Odebrecht Agro vai a R$ 1,6 bilhão

A Odebrecht Agroindustrial S.A. (ODB Agro), braço sucroenergético do grupo Odebrecht, encerrou o exercício referente a safra de cana-de-açúcar 2016/17 com prejuízo de R$ 1,6 bilhão. O resultado é inferior em R$ 100 milhões ao prejuízo apurado no exercício anterior, quando a empresa fechou em negativos R$ 1,7 bilhão.

Por intermédio de suas controladas indiretas, a ODB Agro controla nove unidades produtoras nos estados de São Paulo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás. Suas controladas têm capacidade de moagem instalada de 36,8 milhões de toneladas de cana ano, tendo sido processadas 28,3 milhões na safra 16/17 (29,3 milhões na safra 15/16).

Conforme a companhia, desde 2007, houve destinação de recursos para investimento no setor, através de aquisições de empresas e construções de novas unidades operacionais controladas indiretamente pela Companhia.

Quebras

Confira explicações da ODB Agro em seu relatório:

“Paralelamente, quebras de safra decorrentes de fatores climáticos desfavoráveis, ocorridas nos últimos anos e o subsídio através do governo nos preços dos combustíveis, em especial a gasolina, dado uma ausência histórica de uma política governamental concreta para os preços dos combustíveis, ocasionaram impacto significativo nas margens dos produtos e, principalmente, no fluxo de caixa. Como consequência dos fatores citados anteriormente, havia um desequilíbrio no capital circulante líquido da Companhia e suas controladas.

Em 30 de junho de 2016, no intuito de manter a continuidade operacional, a Companhia e suas controladas firmaram um Instrumento Particular de Acordo de Reestruturação e Outras Avenças (“Acordo”), com o objetivo de equalizar os prazos dos financiamentos
com a capacidade de geração de caixa.

A reestruturação, que abrangeu 95% da dívida, e resultou na alocação de 97% no longo prazo (doze meses contados a partir do encerramento do exercício social), além de capitalização de R$ 4,6 bilhões, por parte do acionista controlador, e retorno dos ativos de cogeração de energia, que tiveram, no período da safra 16/17, geração de caixa operacional de cerca de R$300 milhões, para a estrutura societária da ODB Agro, possibilitou o equilíbrio no capital circulante líquido da Companhia e suas controladas, sendo importante ressaltar que a gestão do caixa é realizada de forma centralizada pelo Grupo ODB Agro.

Adicionalmente, dentre as ações implementadas pela Companhia e suas controladas e situações que impactaram diretamente o setor
destacam-se:

(i) redução do nível de investimentos, priorizando a seletividade do plantio com foco nas áreas de
renovação, privilegiando ganhos de produtividade, já como resultado da evolução dos processos agrícolas, mudan-
ça do “mix” de plantio com participação prioritária de cana de 18 meses, utilização de novos implementos/equipamentos
que possibilitam o aumento do rendimento médio das colhedoras e aceleração da curva de aprendizado;
(ii) desenvolvimento de programa de parceria com fornecedores com a finalidade de diminuir o volume de cana
própria e, consequentemente, além de propiciar a sustentabilidade financeira dos fornecedores, reduzir o volume
de investimentos na formação e manutenção da lavoura;

(iii) redução do volume de investimentos industriais, uma vez que as últimas usinas entraram em operação no final de 2011 e a expansão da Unidade de Eldorado, com ampliação da capacidade de moagem de 2,1 para 3,5 milhões de toneladas de cana, foi concluída em julho de 2015;

(iv) redução de custos agrícolas e otimização de rotas para corte, carregamento e transporte de cana;

(v) diluição dos custos fixos por meio de maior eficiência e aproveitamento dos times agrícolas, com atingimento de
recordes de moagem nas duas últimas safras e, consequentemente, maior ocupação das plantas industriais;

(vi) aumento dos preços e da carga tributária da gasolina;

(vii) nova política, anunciada em setembro de 2016 pela Petrobras, para os preços dos combustíveis, atrelando o preço da gasolina A aos preços internacionais do combustível;
(viii) aumento da mistura do etanol anidro à gasolina de 25% para 27%, o que também fomenta as atividades
no setor

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