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Pesquisadores testam com sucesso nova rota de produção do etanol

Grupo de pesquisa do Laboratório Nacional de Ciência e Tecnologia do Bioetanol (CTBE) propõe uma nova rota tecnológica para a produção de biocombustíveis oxigenados (álcool alifático de cadeia maior que o etanol) a partir da biomassa da cana-de-açúcar.

O processo permite o alongamento da cadeia carbônica do álcool, conferindo maior afinidade com combustíveis fósseis como gasolina e diesel.

O novo desenvolvimento é base do projeto Eureka, que vem apresentando bons resultados preliminares com impactos diretos positivos como aumento de rendimento de conversão de carboidratos em biocombustível e aumento do poder calorífico do biocombustível.

Atualmente, o grupo finalizou a prova de conceito dessa rota e procura parceiros para o desenvolvimento completo do produto.

Sendo complementar ao etanol e com potencial de substituição e baseado na biomassa da cana-de-açúcar, o novo combustível possui estrutura química que aumenta a sua afinidade a hidrocarbonetos.

“Em nossos testes iniciais, notamos que a rota tecnológica adotada, que é uma rota híbrida pois tem passos bioquímicos e passos de catalise química heterogênea, apresentou uma vantagem imediata: muito baixa produção de gás carbônico quando comparada à produção de etanol.

A razão disso é que o novo biocombustível não utiliza a rota bioquímica da glicólise, que produz grandes quantidades de gás carbônico”, explica Jonas Nolasco Júnior, da Divisão de Processamento de Biomassa do CTBE, “o processo conserva no combustível final uma maior fração do carbono de partida, mais de 90%, o que impacta positivamente na rentabilidade e no custo de produção ”, completa.

Segundo os estudos preliminares do Laboratório, a inovação permite a mistura em até 20% desse combustível no óleo diesel, apresentando maior sinergia com os combustíveis derivados do petróleo.

E isso é apenas o começo de todo o desenvolvimento, ainda existe uma variedade de usos que podem ser estudados e aplicados num futuro próximo.

O projeto Eureka busca um combustível renovável e oxigenado, que tenha uma produção sustentável, e que possa complementar a produção de etanol atual.

Outro potencial dessa nova rota é o barateamento de custos da produção já que o rendimento é o dobro do rendimento verificado na produção do etanol.

O passo seguinte é encontrar parceiros para desenvolver o combustível por completo, o que inclui a demonstração escalonamento da tecnologia, avaliação econômica, testes em motores etc.

Para tal, o CTBE dispõe de completa infraestrutura de pesquisa que permite os desenvolvimentos em laboratório e planta piloto para escalonamento e demonstração de tecnologias em escala semi-industrial.

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