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Paraná pesquisa a produção de combustível alternativo

O Paraná já está em condições de produzir o biodiesel a partir de dois ingredientes básicos em abundância no Estado: a soja e o álcool de cana. O biodiesel é um combustível alternativo que pode ser adicionado ao diesel sem prejuízo aos motores dos veículos. Esta semana, o secretário de Estado de Ciência e Tecnologia, Aldair Rizzi, esteve com o ministro Roberto Amaral, da Ciência e Tecnologia, em Brasília (DF), negociando recursos para complementar as pesquisas que vêm sendo realizadas com o B-20 (diesel e biodiesel).

São aproximadamente R$ 700 mil, que viriam do Fundo Setorial do Transporte, do governo federal. O valor irá complementar os R$ 800 mil já repassados ao Centro de Referência em Biocombustíveis (Cerbio), órgão que funciona junto ao Instituto Tecnológico do Paraná (Tecpar), para concluir as pesquisas.

No Paraná, o projeto do biodiesel está sendo detalhado no Cerbio, órgão responsável pela coordenação do programa brasileiro. A meta é adicionar 5% de ester-etílico de óleo de soja no diesel até 2004. No Sul, a mistura do biodiesel vai utilizar o óleo de soja, mas qualquer óleo vegetal pode ser utilizado para obter o combustível alternativo, informa o professor José Carlos Laurindo, coordenador do projeto no Cerbio.

Com o uso do óleo de soja, a previsão do Cerbio é que sejam necessários cerca de 1,65 milhão de litros de óleo de soja por ano para atender a necessidade de mistura da ordem de 5% ao diesel. O novo mercado já está atraindo a atenção de empresas e cooperativas paranaenses, com disponibilidade de soja e álcool, produtos encontrados com facilidade no Estado.

O projeto mais adiantado, de acordo com o Tecpar, é o da Cooperativa Agropecuária de Campo Mourão (Coamo), uma das maiores agroindústrias do País que já atua na moagem e beneficiamento da soja. A Coamo está negociando um contrato de parceria para uso de tecnologia de produção com uma empresa européia.

Não há previsão para redução no custo do diesel, a partir da mistura do biodiesel, no curto prazo. A vantagem, segundo Laurindo, é a redução da emissão de gases poluentes no meio ambiente. O uso do biocombustível reduz a emissão de fumaça negra, que sai dos ônibus e caminhões, reduzindo a pressão sobre a poluição do ar.

Outra vantagem é a redução do desgate de motores dos veículos. Segundo o professor, uma das determinações do governo federal para reduzir ainda mais a poluição do ar é diminuir o teor de enxofre que hoje compõe a fórmula do óleo diesel comercial. Se isso acontecer, o biodisel utilizado como mistura ao diesel vai evitar que os sistemas de injeção eletrônica dos veículos comecem a ter problemas por falta de lubricidade. ‘O biodiesel pode corrigir isso’, disse.

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