Mercado

Para indústria automobilística, ecologia é o novo apelo

Mesmo quando a situação financeira já delicada de algumas gigantes do setor se agrava com o colapso no mercado de empréstimos imobiliários, a indústria automobilística se enche de confiança quando o assunto é apresentar seus novos modelos.

Seja porque uma indústria como essa não anda sem inovações, seja porque seus executivos, boa parte formados em engenharia, não abrem mão do desenvolvimento tecnológico a despeito das crises, o setor automotivo sempre está às voltas do que existe de mais futurista.

O automóvel remete ao mundo dos sonhos, status, conforto e segurança, esteja o cliente numa economia debilitada ou mesmo em um país arruinado por catástrofes, como uma guerra. Das dez companhias que mais investiram em inovação no ano passado, três são desse setor, segundo estudo da consultoria Booz & Company.

E exatamente sob o pretexto de que um automóvel não pode deixar de evoluir mesmo em tempos difíceis que as montadoras americanas decidiram pedir ao governo ajuda para desenvolver seus próximos projetos. O apelo dessa vez é ainda mais forte: o meio ambiente.

Nos dias de hoje é preciso reconciliar o automóvel com a saúde do planeta. Daí a mobilização por mais inovação. Mais do que nunca, o motor, coração do veículo, passou a concentrar a maior parte dos esforços. A indústria automobilística cada vez mais se debruça na arquitetura híbrida, na qual um motor movido a gasolina ou a álcool e um elétrico fazem o carro funcionar.

O próximo passo é o carro totalmente elétrico, que, segundo promessas de todas as montadoras, estreará nos mercados dos Estados Unidos e Japão já em 2010. Como no campo dos combustíveis alternativos, o Brasil se destaca porque aprendeu a fazer motores movidos a etanol, boa parte do trabalho de engenharia de todas as montadoras tem sido deslocada para os centros de desenvolvimento de produto das fábricas brasileiras.

Mas inovação na indústria de veículos não tem a ver apenas com avanço tecnológico. A Toyota , que disputa com a General Motors (GM) a posição de maior montadora do mundo, costuma se destacar e ser elogiada pela eficiência do seu sistema de manufatura. O modelo Toyota de produção enxuta foi copiado por todas as montadoras e também pela cadeia de fornecedores. Nesse setor, organizar o espaço produtivo quase sempre é muito mais importante do que investir num equipamento avançado.

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