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Número de trabalhadores em usinas de cana é menor, mas qualidade dos empregos cresce

O número de trabalhadores em usinas de cana-de-açúcar é menor, mas a qualidade dos empregos cresce. É o que revela estudo realizado por pesquisadores da Esalq/USP e do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea).

O trabalho aponta que embora o número de trabalhadores no setor sucroenergético tenha caído entre 2008 e 2016, a qualidade dos empregos no setor cresceu nesse período.

No período avaliado, os pesquisadores constataram aumento da proporção de trabalhadores no setor sucroenergético com maior escolaridade frente ao total de empregos e também elevação significativa dos salários reais.

Dentre outros fatores, esse cenário é resultado do processo de mecanização da colheita, notadamente na região Centro-Sul do Brasil.

De acordo com pesquisadores do Cepea e da Esalq/USP, essa mudança tecnológica trouxe evoluções importantes, como a possibilidade de empregos de melhor qualidade e ganhos salariais, que foram verificados inclusive entre os trabalhadores com menor qualificação.

O estudo também destaca os efeitos da crise na cadeia sucroenergética entre 2009 e 2016, que teve impacto principalmente na redução de empregos industriais, dado o fechamento de usinas no período.

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A cadeia sucroenergética tem importante contribuição na geração de renda e de empregos. De acordo com informações do Cepea 3,2% do total de pessoas ocupadas no agronegócio em 2017 estavam nas atividades da cadeia sucroenergética (envolvidas na produção de cana-de-açúcar, açúcar e etanol).

A atividade também apresenta alto nível de formalização dentro do agronegócio, abrangendo 8% de todos os empregos com carteira assinada do setor no mesmo ano.

Como comparação, enquanto na atividade agrícola da cultura de cana-de-açúcar 80% das pessoas ocupadas são empregadas com carteira assinada, para a agricultura brasileira de modo geral essa taxa é de apenas 17%.

95% têm carteira assinada

Na agroindústria da cana (usinas de açúcar e etanol), 95% dos ocupados são empregados com carteira assinada, enquanto para a agroindústria em geral esse percentual é de 58. No agronegócio como um todo, apenas 36% das pessoas ocupadas possuem carteira assinada. Tal resultado é um indicador do nível de qualidade mais elevado dos empregos gerados pela atividade sucroenergética.

Confira destaques do trabalho:

Evolução do número de empregos formais no Brasil e regiões de 2000 a
2016, no setor sucroenergético

Fonte: Elaboração própria com base em dados da RAIS

 

Evolução do número de trabalhadores formais no Brasil nas diferentes áreas do setor
sucroenergético (quantidade e percentual de representatividade da atividade dentro do setor)

Elaboração própria com base em dados da RAIS

 

Produção de cana-de-açúcar, em mil toneladas, por safra

Fonte: UnicaData

 

Evolução do salário médio real dos trabalhadores da agroindústria
sucroenergética, por área e região brasileira* 

Elaboração própria com base em dados da RAIS. *a preços de outubro de 2017, deflacionados pelo IPCA

 

Evolução do número de empregados e do salário médio real no Brasil e nas regiões Centro-Sul
e Nordeste, por faixa de anos de estudo para 2000, 2008 e 2016 

Elaboração própria com base em dados da RAIS. *a preços de outubro de 2017, deflacionados pelo IPCA

Clique aqui para acessar o estudo em PDF

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