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Novo combustível de cana será produzido no Brasil em 2013

Um novo tipo de biocombustível feito a partir de cana-de-açúcar, o biobutanol, deve começar a ser produzido pelas usinas brasileiras a partir de 2013 ou 2014. A patente do produto, que vai disputar mercado com o o etanol, está sendo desenvolvida globalmente há sete anos pela companhia britânica Butamax, uma associação entre a British Petroleum (BP) e a americana DuPont .

A empresa inaugurou hoje em Paulínia (SP), em uma unidade da Dupont, um laboratório para adaptar a produção do novo biocombustível às condições brasileiras, incluindo a sua exposição à microbiologia local e às variedades de cana existentes no País.

“Estamos em negociações com algumas usinas no Brasil”, afirmou o presidente da Butamax, Tim Potter, em Paulínia, que não revelou os nomes das empresas com as quais a companhia está em conversações. Segundo ele, há um grande interesse pelo biobutanol pelas usinas brasileiras, que passarão a contar com mais uma alternativa de produção.

O novo biocombustível produzido no Brasil deve ser exportado aos Estados Unidos, para ser misturado à gasolina, e não deve ser comercializado no mercado interno brasileiro. A Butamax estima que o Brasil poderá exportar 7,6 bilhões de litros de biobutanol entre 2013 e 2020.

Uma das preocupações da Butamax é mostrar que o biobutanol não será uma ameaça ao etanol, embora os dois combustíveis passem a concorrer pela mesma matéria-prima e pelo mesmo mercado. “O biobutanol não é um concorrente do etanol, mas complementar (a ele)”, afirmou o presidente da DuPont no Brasil, Ricardo Vellutini.

Vantagem sobre etanol

A grande vantagem do biobutanol, explicou Potter ao iG, é que o combustível é , quimicamente, mais parecido com a g asolina do que o etanol, o que o torna mais estável quando utilizado pelos veículos. Isso também permite elevar para 16% o teor de sua mistura à gasolina, percentual que pode chegar a 24%. Com a adição de biocombustíveis à gasolina, os EUA deverão reduzir em 20% as importações de petróleo.

A Butamax não revela o valor que está sendo investido no desenvolvido do biobutanol. “É muito dinheiro, mas, infelizmente, como estamos ainda em fase de pesquisa, esse valor não pode ser revelado neste momento”, diz Potter.

Além do Brasil, a empresa possui outros três laboratórios no mundo para o desenvolvimento do biobutanol. Um deles fica nos EUA, onde o biocombustível está sendo desenvolvido a partir do milho. No mercado americano, a produção comercial do biobutanol deve ser iniciada ainda em 2012 ou 2013. Os outros laboratórios da empresa estão localizados no Reino Unido e Índia.

Levedura geneticamente modificada

A peça-chave na patente do biobutanol é uma levedura geneticamente modificada desenvolvida pela Butamax. O composto é responsável pelo processo de fermentação e a matéria-prima agrícola a partir da qual o biocombustível é produzido é indiferente, seja milho ou cana-de-açúcar.

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