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Missão brasileira fará road show em defesa do etanol

Uma missão acadêmica brasileira inicia hoje um “road show” internacional para mostrar estudos mensuráveis de que a produção de etanol não desmata a floresta amazônica, tem o melhor balanço de redução de emissões de gases de efeito estufa e sustentabilidade ambiental.

A delegação passará por Amsterdã, Bruxelas, Londres, Paris e terminará em Washington. Mais que apenas contestar as teses contra o etanol brasileiro, a delegação quer influenciar autoridades na Europa e nos Estados Unidos que decidirão exigências de sustentabilidade dos biocombustíveis que vão importar.

André Nassar, diretor-geral do Ícone, instituto de pesquisa financiado pelo agronegócio, mostrará estudo segundo o qual a mudança no uso da terra, com a produção de etanol, não desmata a Amazônia ou o cerrado.

O estudo argumenta que a expansão da cana ocorre em áreas de pastagem ou áreas de lavouras já existentes – ou seja, não há efeito direto. E que tampouco há efeito indireto: a expansão da cana-de-açúcar não foi o motivo da pecuária procurar outro lugar ou do pasto crescer mais que a área cedida para cana.

Nassar ilustra com o exemplo do Mato Grosso: entre 2002 e 2006, a cana se expandiu em 25 mil hectares, enquanto a lavoura foi reduzida em 1,6 milhão de hectares e a pecuária perdeu 1,4 milhão de hectares de pasto. Ao mesmo tempo, o rebanho cresceu 3,9 milhões de cabeças.

Em Minas Gerais, a área de cana cresceu 150 mil hectares e o pasto declinou 620 mil hectares. Mas o rebanho mineiro aumentou 1,6 milhão de cabeças. Ou seja, a perda do pasto não necessitou ser compensada com o uso de outras terras, porque a produtividade melhorou.

O professor Weber Amaral, da Universidade de São Paulo (ESALQ), apresentará indicadores de sustentabilidade ambiental do etanol. O professor Isaias Macedo, da Unicamp, mostrará números sobre o balanço de emissão de gases de efeito estufa (GEEs) para o sistema de produção de etanol a partir de cana-de-açúcar. Conclui que, de todas as formas de bioenergia, é o que tem o melhor balanço possível.

O diretor do Departamento de Energia do Itamaraty, ministro André Correa do Lago, acompanha a delegação. A Apex ajuda a organizar os debates, com o “Centro para Estudos de Políticas Européias”, em Bruxelas. Entre os debatedores estarão professores das Universidades de Utrecht e Wageningen, da Holanda.

Não é só a Europa que discute os futuros critérios de sustentabilidade de biocombustível para entrar no seu mercado. O Congresso dos EUA aprovou uma decisão nesse sentido, deixando para a Agência de Proteção Ambiental elaborar as exigências.

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