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Minas: Esperança depositada no etanol

A safra 2012/13 de cana-de-açúcar em Minas Gerais foi encerrada em dezembro e apresentou crescimento de 3,79% sobre os resultados observados no período produtivo anterior. A expectativa é de novo crescimento na safra atual, mas os resultados dependem do clima. Ao todo, foram processadas no Estado 51,76 milhões de toneladas de cana-de-açúcar na última safra.

De acordo com dados da Associação das Indústrias Sucroenergéticas de Minas Gerais (Siamig), o aumento da produção mineira está diretamente ligado à melhoria das condições produtivas dos canaviais do Estado, devido à retomada dos investimentos e ao ingresso de áreas renovadas na produção.

Segundo o levantamento do Centro de Tecnologia Canavieira (CTC), o canavial mineiro teve melhora significativa da produtividade agrícola, fechando a safra com rendimento de cerca de 75 toneladas por hectare, o que representou um aumento de 10% sobre a última safra.

Apesar do incremento na produtividade registrada na média de Minas Gerais, em algumas regiões produtoras, como na Zona da Mata, na Central e em parte do Noroeste, a estiagem durante o ano de 2012 prejudicou fortemente a produtividade do canavial das empresas localizadas nestas regiões.

O incremento na produtividade foi favorecido pela recuperação das áreas localizadas no Triângulo. De acordo com a Siamig, o Triângulo é a maior região produtora do Estado, concentrando 69% do cultivo de cana-de-açúcar, e neste ano a produtividade lá apresentou importante recuperação.

Segundo o secretário executivo interino da Siamig, Mário Campos, o destaque na safra 2012/13 foi a produção de açúcar, que bateu novo recorde, alcançando 3,42 milhões de toneladas, o que representou crescimento de 5,38% sobre o volume gerado na safra 2011/12.

Mix – A maior produção de açúcar refletiu na composição final do mix. A cana destinada à produção de açúcar foi de 51,3%, volume que não ultrapassava os 50% desde a safra 2005/06. O aumento se deve aos preços favoráveis de comercialização, reflexo dos contratos fechados em 2010 e 2011.

“A tendência é que as usinas apostem mais na produção de etanol, uma vez que os preços do açúcar, ao longo de 2012, ficaram mais baixos e atualmente estão estabilizados”, disse Campos.

Em relação ao etanol, a produção de biocombustível totalizou 1,99 bilhão de litros, o que representou queda de 4,5% quando comparado com a safra anterior. “Foi a primeira vez desde a safra 2007/08 que a produção ficou abaixo da marca de 2 bilhões de litros”, disse Campos.

A queda registrada na produção total de etanol foi fruto da redução de 14,9% na fabricação de etanol hidratado, que ficou em 1,15 bilhão de litros. Apesar disso, a produção de anidro na safra 2012/13 teve forte alta, totalizando 846 milhões de litros, 14,4% de crescimento sobre 2011/12.

“Nos últimos anos as indústrias sucroenergéticas não receberam estímulos do governo e reduziram a produção. Nossa expectativa é que o governo anuncie, o mais rápido possível, o aumento para 25% no índice de mistura de etanol à gasolina e também o reajuste dos preços do combustível fóssil, o que é fundamental para dar competitividade ao etanol e incentivar a retomada da produção”, disse Campos.

Para a próxima safra, as expectativas são positivas. Os principais fatores que irão contribuir para o aumento da produção são o aumento dos tratos culturais, a maior renovação dos canaviais e a descoberta de meios que minimizam os impactos provocados pela mecanização.

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