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Lucro líquido da Copersucar caiu na safra 2012/13

Poucas oportunidades de geração de margens com a comercialização de etanol contribuíram para o recuo dos resultados da Copersucar, a maior trading sucroalcooleira do mundo, no exercício 2012/13, encerrado em 31 de março. Sustentada sobretudo pelo açúcar, a empresa viu seu lucro líquido cair 15% em relação a 2011/12, para R$ 86 milhões. O lucro líquido ajustado da companhia, que inclui o prêmio de 2% pago às usinas sócias pela exclusividade na comercialização de etanol e açúcar, aumentou 7,46% na mesma comparação, para R$ 288 milhões.

“No ano passado, o etanol praticamente não apresentou volatilidade, que é onde está a oportunidade de uma operação de trading”, afirma o presidente da Copersucar, Paulo Roberto de Souza. “E tivemos que ser mais conservadores em tomar posição de compra ou de venda, uma vez que havia um cenário de muita insegurança regulatória em torno dos combustíveis no país”, diz ele em referência à espera do segmento por definições do governo sobre o aumento do preço da gasolina e sobre a desoneração tributária do etanol.

Na média entre açúcar e etanol, a companhia obteve em 2012/13 preços 4% acima dos preços calculados pelo Cepea/Esalq. Em 2011/12, a diferença, também positiva, foi de 5,2%. O Ebitda da empresa recuou 25%, para R$ 196 milhões em 2012/13, enquanto a margem Ebitda caiu 0,9 ponto, para 1,4%. Já o Ebitda ajustado, que também considera os 2% de prêmio aos sócios, alcançou R$ 398 milhões em 2012/13, com uma queda de 7%. A margem Ebitda ajustada caiu de 3,8% para 2,7%. “Foi o ano mais adverso desde que a companhia se tornou uma S.A., há quatro anos”, afirma.

Souza diz que pesou o fato de as usinas sócias da Copersucar serem mais “alcooleiras”. Em 2012/13, quando os preços do açúcar foram mais atrativos, o máximo que as sócias conseguiram foi destinar 47% do caldo de cana para o adoçante. O restante, 53%, foi para o etanol. No ciclo atual (2013/14), com os sinais de que o etanol vai remunerar mais que o açúcar, o mix tende a ser mais alcooleiro, com 58% do caldo destinado ao biocombustível. “Neste ciclo haverá mais volatilidade no etanol, já que não há hedge disponível e o setor tem necessidade de fazer caixa. Voltam a ter papel relevante os players com capacidade financeira e tancagem para carregar estoques”.

Os resultados da Copersucar referentes à safra 2012/13 incluem os três meses de operação da Ecoenergy, trading de etanol americana cujo controle foi adquirido pela empresa em dezembro, por US$ 90 milhões. Do faturamento total da Copersucar em 2012/13 (R$ 14,7 bilhões), cerca de R$ 2,2 bilhões vieram da Ecoenergy, que neste ano vai começar a comercializar também biodiesel, que nos EUA passou a ser subsidiado. Sem a trading americana, o faturamento líquido da Copersucar teria alcançado R$ 12,5 bilhões, 11% acima do valor registrado em 2011/12. Para os 12 meses da atual safra, a 2013/14, a companhia projeta que a Ecoenergy vai faturar R$ 9,7 bilhões. Assim, diz o presidente do conselho de administração da Copersucar, Luís Roberto Pogetti, o faturamento líquido total da empresa poderá chegar a R$ 25,7 bilhões.

Entre as safras 2010/11 e 2012/13, a Copersucar investiu R$ 668 milhões. Desse total, R$ 454 milhões foram aplicados em projetos de logística. Apenas o da Logum Logística (etanolduto) recebeu da Copersucar R$ 240 milhões, valor proporcional à participação da empresa de 24% no negócio. Ao Centro de Tecnologia Canavieira (CTC), a Copersucar destinou R$ 35 milhões no intervalo, e houve o aporte na Ecoenergy. Nesse contexto, a dívida líquida da empresa caiu de R$ 1,8 bilhão, em 2011/12, para R$ 1,7 bilhão em 2012/13. Se considerada a dívida líquida de estoques, houve queda de 29%, para R$ 573 milhões. A Copersucar prevê investir R$ 300 milhões em 2013/14, a maior parte (R$ 110 milhões) nos projetos da Logum. Outros R$ 100 milhões serão aplicados na conclusão da primeira etapa do terminal de etanol de Paulínia (SP). A companhia espera movimentar 16% mais açúcar no ciclo, o equivalente a 9,1 milhões de toneladas. Em etanol, a previsão é de um volume de 5,9 bilhões de litros no Brasil, 31% maior.

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