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Kátia Abreu defende política para setor sucroenergético

Depois de o governo federal anunciar aumento de Pis/Confis e a Cide voltar a incidir sobre os combustíveis, a ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Kátia Abreu, se comprometeu a adequar editais de energia elétrica para incluir o setor sucroenergético entre os fornecedores e a colaborar com políticas públicas para a área.

A ministra se reuniu com empresários nesta quarta, dia 21, e ouviu planos do segmento, que pretende entrar para o mercado de energia elétrica produzindo energia a partir do bagaço da cana-de-açúcar.

katia abreu– Formaremos um modelo de edital que pode ser compatível com o setor para nós apresentarmos para os outros colegas ministros, principalmente Minas e Energia, Casa Civil, para que possamos evoluir – disse a ministra.

Segundo ela, há um potencial enorme de produção de energia, não só a partir do bagaço da cana como também de celulose e de outros resíduos. “é o caminho da energia limpa”, defendeu. A ministra afirmou que não há prazo para a formatação dessa proposta de modelo.

De acordo com Kátia Abreu, para que os investimentos em cogeração saiam do papel o setor necessita de previsibilidade.

– O que eles pedem é regularidade e consistência, não mudança nas regras do jogo. O plano da matriz energética elaborado pelo governo, com toda competência, tem de estar concatenado com o programa da Petrobras – argumentou, reforçando que o programa da estatal não pode estar em choque com o da matriz energética.

De acordo com a presidente da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), Elizabeth Farina, a geração de energia pode ser a principal saída para retomar a competitividade do setor, que, nos últimos anos, vive uma forte crise de endividamento.

– O mais importante para o setor é ter a perspectiva de retorno. Nós temos que ter como pagar as dívidas e a ministra concordou com isso. É preciso detalhar agora como o etanol hidratado é visto dentro da matriz energética brasileira, como a bioeletricidade, que vem do bagaço da cana, da palha da cana, tem seu espaço na matriz de energia elétrica, como que isso vai se traduzir num desenho mais favorável dos leilões públicos – destacou.

O endividamento do setor não esteve na pauta da reunião, mas, no encontro, a ministra falou sobre o aumento da mistura do etanol anidro na gasolina, uma reivindicação antiga para conter a crise da indústria. A medida deve ser anunciada pelo governo federal no dia 2 de fevereiro.
Segundo ela, a expectativa é de que a elevação seja de pelo menos dois pontos porcentuais sobre os atuais 25%. Para Kátia Abreu, o governo deu uma grande sinalização com a elevação da Cide e do Pis/Cofins na gasolina, mudança que, na visão dela, vai melhorar a performance de rentabilidade do setor.

– Essa elevação da porcentual de etanol na gasolina está sendo visto com critério para não haver prejuízo para os carros e para os proprietários – afirmou, acrescentando que “melhorar a performance dos carros é de extrema importância para que os consumidores fiquem satisfeitos e para que não haja preconceito quanto ao combustíveis usados nos carros”.

– Está muito bem encaminhado o aumento do percentual do etanol no combustível no Brasil. Então deverá passar, aumentar, pelo menos, dois pontos percentuais, mas isso está sendo visto com muito critério pela Ciência, pela Tecnologia, para não haver prejuízo tecnológico, no que diz respeito aos carros, e para que nós possamos dar esse aumento com segurança para esse setor – enfatizou Kátia.

André Rocha, presidente do Fórum

O presidente do Fórum Nacional Sucroenergético, André Rocha, falou sobre resultados dos testes feitos para analisar o desempenho dos motores a gasolina com o uso da nova mistura.

– A informação que temos de testes preliminares feitos até o dia 15 de janeiro é que mais de 80% dos testes não tiveram problemas. A expectativa é ouvir isso no dia 28 e, com isso, no dia 2, o governo já poder anunciar esse aumento de mistura. Da nossa parte, procuramos priorizar a produção de etanol no ano passado. Carregamos um estoque elevado, tanto de hidratado como de anidro, porque tínhamos a expectativa de que essa mudança já fosse ocorrer desde primeiro de janeiro – explicou.

(Fonte: Canal Rural)

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