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John Deere retrai investimento no País

Temendo possível redução do consumo por causa da crise financeira internacional, a John Deere, empresa americana fabricante de máquinas agrícolas, que possui fábricas de colhedoras de cana-de-açúcar no Brasil, decidiu adotar postura conservadora com relação a investimentos para 2009. Segundo o gerente nacional de Vendas Corporativas da Unidade de Negócios Cana-de-Açúcar da John Deere, José Luis Coelho, a empresa aguardará os desdobramentos da crise para decidir se aumenta ou não a capacidade de sua fábrica, em Goiás, que é de até quatro máquinas por dia, para até oito máquinas diárias.

Coelho disse que, embora a companhia tenha dinheiro em caixa suficiente para investir na duplicação de sua capacidade, a John Deere esperará que as estimativas de aumento de 20% na demanda por colhedoras no Brasil, feitas no início do ano, se confirmem.

Em suas contas, 20 usinas sucroalcooleiras poderão entrar em operação no País em 2009. Atualmente, há 386 em operação.

risco de mudança. “A crise pode mudar muita coisa. Pode ser que essas novas usinas não operem por conta de restrições ao crédito. Caso isso não ocorra, podemos aumentar nossa capacidade de três maneiras: contratando mais funcionários, adicionando mais turnos a algumas etapas produtivas ou terceirizando parte da produção. Temos dinheiro gerado por nossa operação e, dessa forma, não precisaríamos pedir dinheiro para à matriz”, afirmou Coelho.

Em sua avaliação, contudo, a valorização da cotação do dólar frente ao real, como efeito direto da crise, pode ser positiva para o agronegócio nacional, já que o ritmo das exportações poderá aumentar. Devido a esses fatores, explicou, as empresas poderão engordar sua receita, o que permitirá a John Deere aumentar suas vendas. “Isso tudo é apenas especulação. Teremos que aguardar para saber o resultado”, disse.

Sem dar detalhes de faturamento, Coelho garantiu que 2008 será melhor que 2007. Ele disse que há espaço para novas encomendas na carteira John Deere e que o prazo de entrega das colhedoras é de 6 a 8 meses. A empresa possui 35 fábricas em 12 países. Somente no Brasil, a empresa tem 3 fábricas, uma em Goiás e duas no Rio Grande do Sul.

É na unidade de Goiás que são produzidas as colhedoras de cana. A fábrica fica no município de Catalão e deu início a suas atividades em 1999. Ela tem 22 mil metros quadrados de área construída emprega diretamente 400 pessoas. Segundo Coelho, o município tem uma localização estratégica para o atendimento dos produtores de cana-de-açúcar, por sua proximidade com São Paulo e da área de cerrado do Brasil Central, onde há grande concentração de usinas.

Além da fábrica goiana, a John Deere produz máquinas colhedoras de cana-de-açúcar nos EUA. Em uma unidade que produz outros equipamentos, a empresa fabrica de duas a três colhedoras por dia. Coelho explica que tudo o que é feito no Brasil é destinado à demanda nacional, cabendo às exportações à fábrica americana.

Segundo ele, atualmente, há 1,4mil colhedoras em operação no mundo. Do total, 1,1 mil estão no Brasil. “O Brasil é o maior mercado consumidor de máquinas colhedoras de cana. Mais de 60% do açúcar que é consumido mundialmente vêm do Brasil. Há três investimos em capacidade produtiva. Antes disso, nós fabricávamos quatro máquinas por dia”, disse.

Em maio deste ano, a John Deere inaugurou fábrica de tratores em Montenegro (RS), município a 50 quilômetros de Porto Alegre. Segundo o site oficial da empresa, foram investidos US$ 250 milhões na unidade, que emprega 715 funcionários.

“A John Deere tem o costume de, anualmente, investir 4% de seu faturamento total”, completou Coelho.

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