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Jank é aplaudido na China ao dizer que Brasil consome mais etanol

O presidente da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA), Marcos Sawaya Jank, foi aplaudido por uma platéia de mais de 200 pessoas na China ao informar que o consumo de etanol no Brasil ultrapassou o da gasolina neste ano. “O combustível alternativo do Brasil é a gasolina”, disse Jank, nesta segunda-feira (20/10/2008), durante o painel Biofuels Around the World, do World Biofuels Symposium, que está sendo realizado no campus da Tsinghua University, em Pequim.

O executivo brasileiro está em viagem de cinco dias pela China para promover a aproximação dos mercados de biocombustíveis dos dois países e também apresentar os desafios e as oportunidades do etanol no cenário mundial, com base na experiência brasileira. “Para atingirmos o objetivo de fazer do etanol uma commodity global, é muito importante nossa aproximação com o mercado chinês e outras nações asiáticas”, afirmou Jank.

O executivo brasileiro defende a importância da criação de um mercado global para o etanol, por meio da eliminação das barreiras tarifarias e não tarifarias, e ressalta que a cana é hoje a matéria-prima mais competitiva para a produção de biocombustível, o que representa uma oportunidade tanto para os países em desenvolvimento como também para os desenvolvidos. “O potencial da Ásia como produtora e consumidora de etanol é altíssimo e, por isso, estamos trabalhando para estreitar nossa relação com os interlocutores deste mercado”, adicionou.

Dados do Ministério das Minas e Energia do Brasil foram apresentados por Jank para revelar que a cana-de-açúcar já é a segunda fonte de energia do País, depois do petróleo e antes das hidrelétricas, principalmente graças ao uso de etanol como combustível pela crescente frota de veículos flex. O presidente da UNICA destacou a contribuição da bioeletricidade nesta conquista, cujo potencial de crescimento ainda é muito grande e tende a se tornar ainda mais efetivo nos próximos anos, reforçando o papel da cana-de-açúcar como fonte de energia limpa e renovável.

Uma parte dos benefícios ambientais da cana se deve à própria “arquitetura da planta”, que, segundo Jank, funciona como uma máquina para absorção de carbono. Com isso, o balanço energético do etanol de cana supera em até quatro vezes o de seus equivalentes produzidos de outras matérias-primas. Soma-se às conquistas em termos ambientais o fato de as emissões de CO2 (gás carbônico) pelo etanol de cana serem 90% menores do que as da gasolina.

Sobre o debate “alimentos versus biocombustíveis”, o presidente da UNICA explicou que a tese apresentada por críticos dos biocombustíveis com base em experiências de outros países não se aplica no caso brasileiro. “A expansão do setor sucroenergético no Brasil será vertical e não horizontal”, afirmou Jank, dizendo que mais do que ampliar a quantidade de terras necessárias para a lavoura de cana, o que está sendo buscado é ampliar a produtividade nos espaços destinados ao seu plantio. Além disso, apenas 1% da terra arável do Brasil já é responsável pela substituição por etanol de cana-de-açúcar de mais da metade da demanda brasileira por gasolina.

O executivo brasileiro participou do painel “Biofuels Around the World” com Dale Gardner, diretor-associado do Renewable Fuels Science do National Renewable Energy Laboratory (NREL), dos Estados Unidos; Poonsuk Prasertsan, professor e diretor da Palm Oil Products e Technology Research Center (POPTEC), da Tailândia; e de Alessandro Celestino, representante da Global Bioenergy Partnership (GBEP) na China.

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