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Indústrias exportam usina “chave na mão”

As indústrias de base voltadas para a produção de equipamentos para o setor sucroalcooleiro estão ampliando as exportações de usinas prontas (“chave na mão”) para driblar a baixa demanda por novos projetos “greenfield” (construção a partir do zero) no Brasil atualmente.

A crise financeira pela qual as usinas passam levou empresas tradicionais, como a Dedini Indústria de Base, de Piracicaba (SP), e a Sermatec, de Sertãozinho (SP), a buscar clientes no mercado externo. Essas empresas estão fornecendo usinas para países da América do Sul e da África, que deram início a programas de biocombustíveis.

A Dedini acabou de entregar uma usina de álcool para o grupo Alur, no Uruguai, que só produzia açúcar, afirmou ao Valor Sérgio Leme, CEO do grupo. Segundo Leme, a queda das vendas no mercado interno “forçou” a empresa a buscar oportunidades no ext! erior. A empresa também firmou um contrato para fornecimento de uma refinaria de açúcar para a Nigéria.

A companhia recebeu recentemente três consultas para a construção de unidades produtoras fora do país. No mercado interno, há poucos negócios para projetos “greenfield”. Os pedidos ainda estão restritos à ampliação da capacidade de produção de açúcar das unidades já existentes, por conta dos bons preços da commodity no mercado internacional. “Temos trabalhado apenas com os pedidos em carteira de 2007 e 2008”, afirmou Leme.

Segundo o executivo, a empresa também participou de parte dos projetos de implantação de usinas de álcool na Venezuela, que está sendo tocado pela estatal petrolífera PDVSA, e trabalhou na implantação de destilarias em países da África. As exportações da Dedini já representam 10% do faturamento da companhia e deverão aumentar para 15%, considerando o aumento das vendas fora do país.

Também atingida pela crise das usinas sucroalcooleiras do país, a Sermatec está participando da construção da usina de álcool que a Odebrecht está erguendo em Angola com parceiros locais, afirmou Antônio Carlos Christiano, presidente da companhia. A empresa está fornecendo um difusor e moendas de cana.

A empresa, com sede em Sertãozinho, embarcou uma caldeira para cogeração de energia para uma usina mexicana, e também para uma unidade na Argentina, de acordo com Christiano. O executivo afirmou que nos últimos meses as exportações da companhia têm respondido por entre 45% e 50% do faturamento total da companhia. Antes, as vendas externas representavam entre 15% e 20%, no máximo.

Neste segundo semestre, as indústrias de base voltadas para o setor tiveram pedidos somente para ampliar a capacidade de usinas já em operação. Segundo Christiano, os pedidos para a construção de novos projetos só deverão ocorrer a partir do segundo trimestre de 2010, quando as usinas do Centro-Sul começam a moagem e terão dimensão dos possíveis investimentos.

Entre 2005 e 2008, foram anunciados cerca de 200 projetos de novas usinas no país. No entanto, somente metade deles realmente saiu do papel.

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