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Incentivos tentam atrair produtores e dinamizar o setor sucroalcooleiro

Programa do governo estadual pretende dobrar a produção da cana-de-açúcar em quatro anos e construir novas usinas. Dobrar a produção de cana-de-açúcar em quatro anos e atrair novas usinas para o Mato Grosso do Sul são os objetivos do programa de incentivo voltado para o setor sucroalcooleiro que será lançado pelo governo do MS ainda este mês. O estado fechou o ano agrícola de 2002 com uma produção estimada em 9,5 milhões de toneladas de cana.

Segundo o superintendente de Agricultura e Pecuária da Secretaria de Produção e Turismo do MS (Seprod), Benedito Mário Lázaro, a meta é atrair empresas que já não estão encontrando espaço para expansão em seus estados de origem. “Usinas do País inteiro estão aproveitando esse momento propício, de elevação da demanda por álcool, para aumentar sua produção”, explica. “Com isso, também se eleva a demanda por espaços de cultivo e de terrenos para construção de novas unidades de beneficiamento, os dois segmentos onde o estado pretende investir”, disse.

Paulistas e nordestinos

De acordo com Lázaro, grupos industriais de São Paulo e da região Nordeste estariam interessados em instalar usinas no estado, que já possui nove destilarias gerando cerca de 20 mil empregos. “Nós dispomos de estrutura para suportar esse crescimento de área e de produção de açúcar e álcool”, acredita. Hoje, a extensão do plantio de cana-de-açúcar no estado é de 150 mil hectares, que produzem 9,5 milhões de toneladas de cana por safra. Além das nove usinas em operação, o Mato Grosso do Sul vai ganhar mais uma unidade, já em fase de instalação no município de Sidrolândia, a 65 km de Campo Grande.

Na opinião de Lázaro, há uma tendência natural de crescimento do setor. Na safra passada, ele explica, o Brasil deixou de exportar um milhão de toneladas de açúcar porque a cana foi convertida em álcool, diante da escassez interna do combustível. Além da produção de açúcar e do álcool, afirma Lázaro, as usinas podem também gerar energia elétrica, com a queima de resíduos, para atender as suas necessidades e vender para a companhia Energética do Estado (Enersul).

“É um momento interessante para investir no segmento”, acredita. “Tanto em termos de mercado, que vive um momento de demanda crescente, quanto para aproveitar a retomada, pelo governo federal, de um projeto de viabilização da cultura sucroalcooleira”, disse, citando a nova linha de financiamento para estocagem de álcool, anunciada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva na semana passada. A linha de crédito terá juros de 11,5% ao ano e poderá ser pago em quatro parcelas a partir de janeiro no Centro-Sul e a partir de maio na região Nordeste.

A medida faz parte da estratégia do governo federal de incentivar a produção de álcool para normalizar o abastecimento interno e gerar estoques excedentes para a exportação. O limite de financiamento por beneficiário será de até 60% do estoque de álcool disponível na unidade e de até 30% do volume de álcool produzido na safra 2002/2003 pela usina.

As diretrizes do programa de incentivo ainda estão sendo discutidas entre governo e a cadeia produtiva. Uma câmara do setor sucroalcooleiro está sendo criada para encaminhar as metas deste novo programa estadual voltado ao agronegócio. Benedito Mário Lázaro defende a concessão de incentivos fiscais específicos ao setor pelo estado e a doação de terrenos e obras de terraplanagem pelas prefeituras para a atração de empresas.

Já o diretor-executivo do Sindicato das Indústrias do Açúcar e Álcool do Estado de Mato Grosso do Sul (Sindalcool/MS), Isaías Bernardini, afirma que o segmento seria mais receptivo à criação de um sistema que permita reduzir a oscilação dos preços do açúcar e do álcool, seja por subsídios ou por planejamento de safra, e a investimentos em infra-estrutura. “Principalmente na melhoria das condições da malha rodoviária e dos terminais portuários fluviais, que permitam diminuir os custos do escoamento da produção.”

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