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Guarani Tereos dá partida a uma nova safra ‘açucareira’

A Guarani Tereos Açúcar e Etanol Brasil, controlada pelo grupo francês Tereos, projeta um aumento apenas marginal da moagem de cana em suas sete usinas situadas no Centro-Sul do país nesta safra 2016/17, e pretende manter a maior parte do processamento da matéria-prima direcionada à produção de açúcar, como no ciclo recém-encerrado.

Mas prevê preços mais remuneradores ao longo da temporada que começou em 1º de abril, e quer aproveitar o cenário para dar continuidade aos investimentos em ganhos de produtividade que marcaram sua estratégia de expansão em 2015/16.

No ciclo passado, a empresa investiu R$ 510 milhões em renovação de plantações, novas tecnologias e conservação de energia.

Jacyr Costa Filho, diretor da divisão Brasil do grupo Tereos, disse ao Valor que, no total, a moagem das unidades da companhia no país deverá somar 20,5 milhões de toneladas em 2016/17.

Na safra 2015/16, foram 19,6 milhões de toneladas, resultado que ficou um pouco abaixo do inicialmente projetado (entre 20 milhões e 20,5 milhões de toneladas) por causa do excesso de chuvas no Centro-Sul.

Conforme o executivo, 60% do volume previsto será direcionado à produção de açúcar, e o restante servirá à fabricação de etanol. Já foi assim em 2015/16, mas agora as perspectivas são melhores.

“O açúcar vive um bom momento, até porque há queda de produção na Índia e na Tailândia por causa do clima”, o que ajuda a sustentar suas cotações internacionais. “E o cenário para o etanol também é positivo, apesar da recente queda do consumo e dos preços do produto no mercado doméstico”.

Conforme Costa Filho, a demanda interna por etanol, que chegou a 1,7 bilhão de litros em outubro, caiu em março para cerca de 1 bilhão mas voltará a aumentar, em linha com a oferta.

Assim, os preços tendem a voltar a reagir, devolvendo ao biocombustível a condição de “boa opção” de negócio, sobretudo para usinas que precisam de liquidez.

Mas ele transparece estar mais otimista com o açúcar, “que deverá contar com preços remuneradores até a safra 2017/18”. Depois de cinco safras internacionais seguidas de superávits (produção maior que a demanda), a commodity voltou a apresentar déficit – que, mesmo compensado por estoques amplos, garante alguma sustentação adicional aos preços.

Quanto aos investimentos, Costa Filho reiterou que o foco continuará na busca de uma maior eficiência energética. Nessa frente, ele destacou, além dos aportes na renovação de canaviais e do uso de novas variedades de cana, inclusive importadas, o uso de drones no monitoramento das plantações.

“Temos 300 mil hectares, entre canaviais próprios e de terceiros. E já temos três drones de tecnologia suíça em testes, cada um capaz de cobrir cerca de 20 mil hectares”.

Fonte: (Valor)

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