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Grupo GVO propõe desconto de 70% para detentores de títulos, diz fonte

Em dificuldades financeiras, o grupo brasileiro de açúcar e etanol Virgolino de Oliveira (GVO) está propondo aos seus credores que aceitem desconto de cerca de 70 por cento em seus 735 milhões de dólares em títulos, disse uma fonte com conhecimento direto do assunto.

O GVO, que já foi o maior produtor dentro da Copersucar, a maior comercializadora de açúcar do Brasil, tem três emissões de bônus em circulação. A empresa tem 300 milhões de dólares com vencimento em 2018, 135 milhões de dólares em 2020 e 300 milhões de dólares em 2022.

A empresa parou de pagar juros dos bônus em junho de 2014 e nesta semana está fazendo a primeira proposta de reestruturação da dívida aos detentores dos títulos. O bônus mais curto, com vencimento em 2018, foi cotado nesta quarta-feira a 2,5 centavos por dólar.

A GVO está se oferecendo emitir novos bônus com vencimentos mais longos para substituir os títulos antigos. Além de desconto e datas de vencimentos maiores, a empresa está tentando obter taxas de juros menores. Os bônus em dólares têm cupons variando entre 10 e 11,75 por cento ao ano.

Os detentores de títulos ainda não responderam a oferta, mas têm a opção de recusar a proposta e tentar recuperar as garantias colaterais de duas emissões.

O grupo possui quatro usinas em São Paulo, maior Estado produtor de cana do país. Assim como muitas usinas brasileiras, a GVO entrou em dificuldade após investir demais nos anos de boom do etanol brasileiro até 2009, apenas para ver estas apostas sendo esmagadas pela política do governo de subsidiar os preços da gasolina.

O presidente-executivo da GVO, Joamir Alves, disse que não ter comentários sobre os detalhes da oferta aos detentores de títulos.

Mais de cem usinas brasileiras fecharam suas portas ou entraram em recuperação judicial nos últimos 8 anos, com um excesso de açúcar pressionando preços.

Com a depreciação de 40 por cento do real ante o dólar no último ano, as dívidas em dólares sem hedge da GVO e outras usinas inflaram.

Os contratos futuros de açúcar começaram a se recuperar nos últimos meses, com o déficit de oferta global apoiando os preços.

Além disso, a decisão do governo brasileiro de elevar os preços da gasolina melhorou os retornos da produção de biocombustível. No entanto, muitas usinas ainda estão lutando para quitar suas dívidas.

Fonte: (Reuters)

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