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Fitch: alta do açúcar tem efeito limitado sobre endividamento das usinas

A alta internacional dos preços do açúcar melhora o caixa das usinas sucroalcooleiras do Brasil no médio prazo, mas o efeito sobre o endividamento – e no perfil de crédito – tende a ser limitado, segundo avaliação da Fitch Ratings.

Em relatório divulgado nesta quarta-feira, 29, a agência de classificação de risco diz que a grave crise enfrentada pelo setor nos últimos anos “torna o cenário de recuperação mais desafiador”.

Conforme a Fitch, a estratégia comercial para tirar proveito dos ganhos do açúcar varia de indústria para indústria. As mais estruturadas, por exemplo, já detinham de 50% a 70% de sua produção com preços fixados antes do início da temporada, em abril. À época, o hedge chegava a R$ 1.200 por tonelada. Com as cotações de hoje, podem obter até R$ 1.400 por tonelada.

“Empresas como Raízen Energia (joint venture entre Cosan e Shell) e Jalles Machado devem direcionar seu mix de produção para o açúcar e devem canalizar suas receitas para pagar dívidas e iniciar um processo de desalavancagem”, destaca a Fitch.

Já as empresas em situação financeira delicada tendem a continuar produzindo mais etanol, dada a geração de caixa mais rápida advinda do biocombustível. Dessa forma, teriam benefícios limitados por parte do açúcar. “Essas companhias terão uma capacidade restrita de desalavancar e podem não ter recursos para pagar suas dívidas.”

Os preços do açúcar subiram de 15 centavos de dólar para 20 centavos de dólar por libra-peso na Bolsa de Nova York só entre abril e junho.

O avanço é resultado do déficit de produção global neste ano, o primeiro após cinco temporadas consecutivas de excedente. Em maio, os estoques do alimento já estavam no menor nível desde 2011.

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