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Expectativa é acionar primeira turbina neste mês

Furnas nega ter cometido erros na construção da hidrelétrica de Batalha. Em resposta a questionamentos feitos pelo Valor, a estatal afirma que não houve equívocos, “mas sim situações contingenciais, principalmente devido à valorização das terras na área de influência do reservatório que impactaram substancialmente no prazo da liberação fundiária”. A empresa lista “acréscimos de serviços que provocaram o aumento do prazo de execução do empreendimento e as dificuldades para a obtenção das necessárias licenças ambientais.”

Segundo Furnas, a primeira unidade geradora de Batalha entrará finalmente em operação neste mês, em 30 de junho. A segunda, em 30 de julho. Atualmente, o empreendimento está com suas obras civis concluídas e, no âmbito geral, encontra-se com 97,6% das obras realizadas, considerando projetos e serviços de engenharia, fornecimento e montagem eletromecânica, além dos passivos fundiários e de meio ambiente. A montagem da linha de transmissão e sua ligação com a subestação Paracatu, da empresa Cemig, têm previsão de conclusão em 20 de junho. Para este ano, o orçamento previsto é de R$ 132 milhões.

Sobre a possível inviabilidade financeira do empreendimento, Furnas afirma que, embora tenha capacidade instalada de 52,5 MW, a usina possui uma garantia física de 49 MW médios, “o que assegura expressivo montante de energia a ser gerada anualmente, garantindo uma boa receita ao empreendimento”.

Segundo a empresa, a hidrelétrica tem “grande importância para o Sistema Interligado Nacional (SIN)”, pelo fato de ter seu reservatório situado na cabeceira do rio, o que permite a regularização das vazões para os aproveitamentos a jusante (abaixo do rio). “Apesar do aumento do custo de construção da usina hidrelétrica Batalha, o empreendimento continua viável do ponto de vista econômico-financeiro. Os acréscimos do custo previsto na época do leilão ocorreram devido à inclusão de custos após o início das obras.”

A estatal sustenta que houve revisão do projeto básico de engenharia e especificações técnicas, além de contratação dos serviços de engenharia não previstos inicialmente. Foi preciso, de acordo com a empresa, recorrer ao aluguel de equipamentos eletromecânicos e adequação de prazos de montagem que não estavam contemplados. Custos adicionais com administração e manutenção do canteiro de obra também entraram na conta, devido ao “aumento do prazo de execução com as perdas de janelas hidrológicas, motivadas pelo atraso na emissão de autorização de supressão de vegetação na área do reservatório e pelo aumento da área a ser desmatada”. A estatal diz ainda ter ocorrido “atraso nas autorizações para implantação da linha de transmissão, cuja emissão é de responsabilidade do órgão ambiental”.

A empresa afirma que houve acréscimo de serviços de escavação “em função das condições geológicas e geotécnicas encontradas no local”, aumento de preços no mercado do cimento e do aço acima do que foi inicialmente previsto e aquisição de áreas para recomposição das reservas legais atingidas que não estavam previstas. Finalmente, a empresa sustenta que houve “acréscimo substancial no número de edificações e obras nos projetos de assentamentos do Incra na área do reservatório, atendendo aos assentados”.

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