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Expansão do biodiesel

Os avanços previstos para o Programa Nacional de Produção e Uso de Biodiesel (PNPB) vão garantir impulso para a diversificação das matérias-primas alternativas à soja no beneficiamento desse óleo combustível. Palma, mamona, girassol, algodão, babaçu, macaúba, amendoim, pinhão-manso, canola, crambe, nabo-forrageiro, entre outras, vão ganhar força de plantio no país nos próximos anos. Segundo projeções da FGV Projetos, unidade de extensão de ensino e pesquisa da Fundação Getulio Vargas, a participação de outras oleaginosas deverá chegar a 39% do volume total de óleo de soja usado em 2020.

O valor estimado para venda de óleo dessas outras oleaginosas para 2020 é de R$ 5,75 bilhões, o que demonstra o potencial de geração de riqueza com a diversificação dos insumos. “Existe uma tendência de expansão dos negóci os das empresas atuantes e a entrada de novos participantes, principalmente em regiões com potencial de produção de matéria-prima”, afirma o coordenador de projetos da FGV Projetos, o especialista em biocombustíveis Cleber Lima Guarany.

Os dados fazem parte de estudo desenvolvido pela FGV Projetos para União Brasileira do Biodiesel (Ubrabio). Entre suas conclusões, o levantamento também aponta que, depois de receber volumosos investimentos nos últimos cinco anos, o setor de biodiesel no Brasil está preparado para atender ao crescimento da demanda até 2014, já com adição de 10% no diesel – padrão B10. No momento, o setor trabalha com uma adição de 5% (B5).

No longo prazo, o aumento da demanda por biodiesel no mercado brasileiro deve gerar investimentos ainda maiores do que os R$ 4 bilhões aportados entre 2005 e 2010. A expectativa é que a adição de biodiesel chegue a 20% em 2020. Os investimentos em aumento de capacidade de produção desse tipo de combustível devem somar R$ 7,36 bilhões nos próximos 10 anos, de acordo com as projeções da FGV Projetos. Com isso, a capacidade produtiva do setor deve sair dos atuais 5,1 milhões de metros cúbicos para 14,3 milhões de metros cúbicos até 2020.

A política de mistura dos dois combustíveis foi inicialmente adotada em 2005, com a criação do PNPB. Naquele momento, existia uma incerteza sobre a capacidade da indústria nacional para atender a esta demanda, mas a resposta do mercado foi tão positiva que a meta passou de 2% de adição de biodiesel (chamada de B2) para os atuais 5%, três anos antes do prazo inicialmente previsto.

Desde 2005, a capacidade produtiva saltou de 85,32 mil metros cúbicos ao ano para os atuais 5,1 milhões de metros cúbicos, superior à demanda da mistura vigente. Para o presidente-executivo da Ubrabio, Odacir Klein, este cenário já é suficiente para a criação de um novo marco regulatório. “A indústria brasileira de biodiesel deve produzir 2,4 milhões de metros cúbicos em 2 010, o que significa apenas 47% da capacidade instalada”, afirma. Os amplos investimentos previstos para o setor nos próximos 10 anos devem gerar 534 mil empregos diretos no país.

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