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Etanol para aliviar pressão

O governo federal vai elevar a parcela de etanol na mistura da gasolina, dos atuais 20% para 25%, a partir de 1º de maio, como uma forma de atenuar o impacto do reajuste dos combustíveis ao consumidor. O estímulo às usinas de cana-de-açúcar veio acompanhado de um aviso do ministro de Minas e Energia, Edison Lobão: aumentos “abusivos” de preços da gasolina nos postos de combustíveis serão fiscalizados “com rigor”. “O aumento de preços foi de 6,6% nas refinarias, então não pode chegar a 10%, por exemplo, nos postos. O mercado é livre, mas não pode se exceder. O governo vai fiscalizar com rigor”, disse Lobão, depois de uma reunião com representantes do setor sucroalcooleiro e o ministro da Fazenda, Guido Mantega.

O governo já tinha decidido elevar a parcela de etanol na gasolina quando definiu reajustar os preços da própria gasolina e do óleo diesel. A sinalização anterior da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) era de que o aumento do etanol na gasolina ocorreria em 1º de junho deste ano, mas Mantega e Lobão decidiram antecipar em um mês o cronograma. As empresas apresentaram aos ministros a estimativa de que a safra de cana deste ano, cujo auge da colheita ocorre entre junho e agosto, representará uma produção de até 27 bilhões de litros de álcool.

“O setor produz cerca de 22 bilhões de litros por safra, mas os produtores garantiram de mãos juntas que serão capazes de suprir a demanda”, afirmou Lobão, segundo quem o governo vai “empurrar de volta para 1º de junho” a entrada em vigor da nova parcela de etanol na gasolina caso os produtores sejam incapazes de cumprir a promessa. De acordo com o ministro de Minas e Energia, mais medidas de estímulo ao setor de etanol estão em estudo, como a desoneração de tributos. A equipe econômica trabalha num plano de redução do PIS/Cofins cobrado das usinas, medida que pode ser anunciada ainda neste primeiro trimestre.

Além de incentivar o etanol, o governo também espera que essas medidas tenham como efeito direto a redução do preço da gasolina nas bombas dos postos de combustíveis no país. O governo federal descarta novos reajustes em 2013.

Dólar Depois do encontro, Mantega, reafirmou ontem que o câmbio brasileiro é flutuante. “Sempre dissemos isso. O que interessa é que o câmbio tenha estabilidade e não haja muita volatilidade, porque isso atrapalha o exportador e o importador”, afirmou. O ministro declarou ainda que o câmbio não é instrumento para baixar preços e frisou que “o câmbio não vai derreter”.

Alimentos pesam

Enquanto no atacado a maioria dos preços dos alimentos está caindo ou desacelerando a alta em alguns casos, no varejo o cenário é diferente. A inflação ao consumidor mostra que os preços de itens alimentícios seguem bastante pressionados. “No Índice de Preços ao Consumidor (IPC), a inflação de alimentos continua a todo o vapor”, disse o superintendente-adjunto de inflação do Ibre/Fundação Getulio Vargas (FGV), Salomão Quadros, para detalhar alta de 0,38% do Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) de janeiro.

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